O Parlamento sul-coreano aprovou nesta sexta-feira o impeachment da presidente Park Geun-Hye, de 64 anos. Na votação histórica, 234 deputados votaram a favor do afastamento, 56 contra, 7 nulos e duas abstenções.
Os poderes de Park são transferidos ao primeiro-ministro, à espera da decisão do Tribunal Constitucional, que tem até 180 dias para ratificar ou invalidar a decisão parlamentar. O processo prosseguirá se for aprovado por seis dos nove juízes. Nesse caso, o país deverá realizar novas eleições presidenciais em um prazo de 60 dias.
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ENTENDA O CASO
Park é acusada de conspirar com sua amiga de infância, Choi Soon-sil, e seu ex-assessor, Ahn Chong-bum, para pressionar grandes empresas a doarem até US$ 69 milhões para duas fundações criadas e dirigidas por Choi.
Choi ainda teria sido beneficiada por contratos de sócios e de suas empresas com grandes companhias, como a Hyundai e o grupo de telecomunicações KT. Segundo os promotores, as empresas de Choi temiam investigação pelas autoridades tributárias ou outras formas de retaliação oficial caso recusassem os pedidos relacionados a Choi.
Em audiência recente, os presidentes dos conselhos das empresas confirmaram que as solicitações haviam partido diretamente de Park ou de seus assessores.
Park ainda é acusada ainda de vazar documentos confidenciais do governo a Choi entre janeiro de 2013 e abril deste ano. Os textos continham, entre outras coisas, informações sobre quem seria indicado para importantes postos governamentais, inclusive a diretoria dos serviços nacionais de inteligência.
Manifestações tomaram as ruas de Seul, em todos os sábados das últimas seis semanas, exigindo a renúncia de Park Geun-Hye. As pesquisas de opinião mostram um grande apoio público ao seu impeachment, o índice de aprovação da presidente é de no minímo 4%. Nesta quinta-feira a pesquisa também apontou que 78% dos entrevistados queriam o impeachment.
*ZERO HORA e AGÊNCIAS