O atentado que atingiu, na noite de sábado, o coração de Istambul deixou pelo menos 44 mortos, segundo um novo balanço do Ministério da Saúde turco, divulgado pelos meios de comunicação do país.
– É muito doloroso ter perdido 36 policiais e oito civis em um ataque sangrento – declarou o ministro Recep Akdag no Parlamento em Ancara, segundo a agência Dogan.
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O atentado, registrado perto do estádio de futebol do Besiktas, em um bairro muito movimentado de Istambul, foi reivindicado pelos Falcões da Liberdade do Curdistão (TAK), grupo radical curdo próximo ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK). O balanço anterior indicava 38 mortos e 166 feridos.
Um carro-bomba atingiu um carro de transporte da polícia nos arredores do estádio da equipe de futebol do Besiktas, depois do fim da partida contra o Bursaspor. Uma segunda detonação, obra de um suicida, aconteceu no parque Maçka, vizinho ao estádio. Esse duplo ataque atingiu um bairro turístico de Istambul localizado entre a emblemática praça Taksim e o antigo palácio imperial de Dolmabahçe.
Depois da explosão, as autoridades bloquearam rapidamente todos os acessos ao bairro do estádio. Nos arredores, dezenas de policiais, com metralhadoras e pistolas, impediam a passagem, enquanto um helicóptero sobrevoava a área. O primeiro-ministro Binali Yildirim ordenou que as bandeiras fiquem a meio mastro e o presidente Recep Tayyip Erdogan adiou uma visita que tinha prevista ao Cazaquistão, conforme anunciou a agência pró-governamental Anadolu.
Onda de atentados
Istambul e outras cidades turcas sofreram sete ano uma série de atentados reivindicados pelo movimento curdo e outros atribuídos ao grupo Estado Islâmico. O PKK e uma organização dissidente conhecida pelo nome de TAK costumam atacar veículos da polícia.
Dois atentados anteriores contra ônibus da polícia deixaram dezenas de mortos este ano em Ancara. Quatro turistas morreram, e 36 pessoas ficaram feridas perto da praça Taksim, na célebre avenida Istiklal, em um atentado suicida ocorrido em março e reivindicado pelo EI.
As autoridades também afirmaram que os extremistas foram os responsáveis de um atentado que deixou 47 mortos em junho passado no aeroporto Atatürk, de Istambul. Membro da coalizão internacional que combate o EI na Síria e no Iraque, a Turquia iniciou em agosto uma ofensiva no norte da Síria para pressionar os extremistas para o sul.
Diante do risco de atentados em Istambul, os Estados Unidos ordenaram a evacuação, em outubro, das famílias dos funcionários de seu consulado nessa cidade. No Twitter, a embaixada dos Estados Unidos em Ancara condenou um "ataque covarde" e garantiu que estava "ao lado do povo turco contra o terrorismo". Já o presidente do Parlamento europeu, Martin Schulz, expressou sua "solidariedade com os cidadãos turcos, com as famílias das vítimas do ataque de Istambul".