Um ano após os atentados de 13 de novembro, o Bataclan renascerá neste sábado e lembrará com a voz do cantor Sting os 90 mortos no ataque jihadista à casa de shows de Paris. A onda de terror começou nos arredores do Stade de France, ao norte da capital, durante uma partida entre França e Alemanha, e continuou no Bataclan e em bares e restaurantes da cidade. O balanço final dos ataques, reivindicados pelo grupo Estado Islâmico (EI), foi de 130 mortos.
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Após passar por reforma, o Bataclan será reaberto na noite deste sábado. Ex-vocalista do The Police, Sting se apresentará por cerca de uma hora a partir das 21h locais. Os mil ingressos colocados à venda na última terça-feira se esgotaram em menos de meia hora. Os últimos foram distribuídos ontem. A sala, com capacidade para 1.497 personas, também receberá autoridades e familiares das vítimas. O cantor inglês, que fez no Bataclan um show memorável com o The Police em 23 de abril de 1979, prometeu "honrar a memória dos que morreram".
– Um ano depois dos atentados, a França e o mundo vão ver que o Bataclan renasce – comenta Jérôme Langlet, responsável pela Lagardère Live Entertainment, empresa proprietária do local.
A associação Life for Paris soltará balões na tarde deste sábado. À noite, serão depositadas lanternas, símbolos de esperança e vida, no Canal Saint Martin, próximo de vários dos locais atacados. A associação "13 de novembro: fraternidade e verdade" também convocou os franceses a participar dos atos, colocando velas em suas janelas. Sting não cobrará pelo show, cuja renda será destinada a estas duas associações de vítimas.
Outras homenagens
Os atos pelo primeiro aniversário dos atentados começaram na noite desta sexta-feira, no estádio nacional de Saint-Denis, onde os 80 mil espectadores fizeram um minuto de silêncio antes da partida entre França e Suécia pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2018. Há um ano, a primeira vítima foi identificada a poucos metros do Stade de France. Três homens acionaram seus cinturões de explosivos, tirando a vida de Manuel Dias, motorista português de 63 anos. Em seguida, morreram 129 pessoas em outros pontos da cidade.
– Deve-se lembrar: 130 mortos, centenas de feridos. Primeiro, por sua memória, mas também por todos os que sobreviveram, e para nós que temos que fazer este ato de recordação, de consolo, apoio e solidariedade – disse na noite de ontem o presidente francês, François Hollande, antes da partida.
Acompanhado de parentes das vítimas, Hollande, a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, e seu colega de Saint-Denis, Didier Paillard, visitarão neste domingo todos os lugares atingidos pelos atentados: o estádio nacional, os bares e restaurantes Le Carillon, Le Petit Cambodge, La Bonne Bière, Cosa Nostra, Comptoir Voltaire e La Belle Équipe, e o Bataclan. No dia do aniversário, serão inauguradas placas com o nome das vítimas.
