A dois dias das eleições para presidente dos Estados Unidos, a candidata do Partido Democrata, Hillary Clinton, está cinco pontos percentuais à frente do candidato do Partido Republicano, Donald Trump, segundo pesquisa de intenção de votos divulgada neste domingo pelo jornal The Washington Post, em parceria com a rede de televisão ABC News.
A pesquisa dá um alívio momentâneo à campanha de Hillary Clinton, mas ainda não traz segurança sobre o que vai ocorrer no dia da eleição, marcada para terça-feira, 8 de novembro. O eleitorado norte-americano vem se mostrando oscilante. Há menos de uma semana, os dois candidatos estavam tecnicamente empatados, e a tendência era de crescimento de Trump nas pesquisas e de queda na intenção de voto em favor de Hillary Clinton. Algumas pesquisas até colocavam Trump à frente da corrida eleitoral, com um ponto percentual de diferença em relação à candidata democrata.
Agora, com a nova pesquisa, Hillary está com 48% das intenções de voto, contra 43% de Donald Trump. De acordo com a pesquisa, Hillary Clinton se beneficiou nos últimos dias de um apoio mais forte dos eleitores "não brancos" e dos que vinham se posicionando de forma independente, ou seja, não apoiavam os democratas e nem os republicanos.
Embora os últimos números mostrem que o caminho da Casa Branca está mais favorável a Hillary Clinton do que a Donald Trump, a candidata democrata não dá sinais de que pretenda diminuir o ritmo final da campanha. Ao contrário, ela está intensificando o contato com os eleitores latinos, que constituem uma grande parte dos "não brancos" indicados pela pesquisa divulgada hoje.
No sábado, ela visitou várias comunidades de imigrantes no estado da Flórida. Em Pembroke Pines, a 10ª cidade mais populosa da Flórida, ela fez um discurso para imigrantes hispânicos e caribenhos. "Estamos tendo um tremendo ímpeto [em nossa campanha], há um grande número de pessoas nos apoiando", disse Hillary Clinton no discurso, que foi interrompido por uma chuva repentina. Antes de subir ao palanque, ela percorreu as ruas da cidade, entrou em algumas lojas e cumprimentou as pessoas.
A Flórida e o Texas são dois estados que tiveram votação antecipada. O Texas em todas as eleições apoia sempre o candidato republicano. Mas a Flórida faz parte dos estados que podem apoiar um ou outro candidato. Daí a presença não só de Hillary Clinton, mas também de Donald Trump nesse estado nos últimos dias. Mas a presença de Hillary Clinton não se restringiu à etapa final da campanha. Começou há alguns meses com uma intensa campanha para cadastrar eleitores, principalmente porto-riquenhos, e há indicações de que grande parte dos votos favoráveis a Hillary vieram desses eleitores cadastrados. Hillary estará no domingo em três estados – Pensilvânia, Ohio e New Hampshire – e, segunda-feira, depois de Michigan, viajará também para a Carolina do Norte.
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O candidato republicano, Donald Trump, disse, em Tampa, no estado da Flórida, neste sábado, que sua campanha vai se mover para áreas que tradicionalmente elegem candidatos democratas. Ele disse que ganhará não só na Flórida, como também na Pensilvânia, estado que votou em favor de Barack Obama nas duas últimas eleições. "Estamos entrando no que eles chamam de fortalezas democratas e estamos liderando", disse Trump.
Donald Trump tem, como certo, que os republicanos vão vencer não só no Texas, mas também em outros estados com Mississippi, Alabama e Carolina do Sul. No norte do país, Donald Trump disse que dedicará esforços na última etapa da campanha para assegurar a vitória em New Hampshire, Nova Inglaterra, Carolina do Norte e Flórida.
Em 2012, os estados da Carolina do Norte, Flórida, Ohio e Virgínia foram decididos por uma margem de menos de cinco pontos percentuais. Na Carolina do Norte, os republicanos venceram o presidente Obama por apenas dois pontos percentuais de diferença; na Flórida, foram os democratas que venceram os republicanos com uma margem de apenas um ponto percentual; em Ohio, a margem a favor de Obama foi três pontos percentuais em 2012.