O papa Francisco chegou neste domingo ao Azerbaijão, no dia seguinte de uma visita à Geórgia, na última etapa de sua viagem pelo Cáucaso, onde defendeu a paz e a reconciliação com a pequena comunidade católica do país.
Pouco depois de chegar a Baku, procedente de Tbilisi, o papa presidiu uma missa na igreja da Imaculada Conceição, onde fica o centro salesiano, única comunidade católica do Azerbaijão.
Os católicos deste pequeno país de população majoritariamente muçulmana, às margens do Mar Cáspio, seriam apenas 570, de acordo com o Vaticano, incluindo 200 azerbaijanos, e sua única paróquia tem sete padres.
Praticamente toda a comunidade católica do país estava presente neste domingo, dentro e fora da igreja, para acompanhar a missa.
"Sois um pequeno rebanho precioso aos olhos de Deus", disse o pontífice durante a homilia. "A igreja inteira, que sente por vós uma simpatia especial, os observa e os estimula", completou.
Não é a primeira vez que o papa visita países onde os católicos são minoria, arriscando uma recepção fria. Na sexta-feira e no sábado, ele visitou a Geórgia, onde os católicos representam 2,5% da população, segundo o Vaticano. Em Tbilisi, 75% do estádio em que Francisco oficiou a missa estava vazio.
"Poderia se pensar que o papa perde tempo" visitando estas comunidades, se perguntou no domingo ao terminar a missa. "Asseguro que não", declarou, entre aplausos.
O papa Francisco também visitou a Albânia em 2014 e Bósnia-Hezergovina em 2015, onde só há poucos católicos. Preocupado com as "comunidades periféricas", como as chamou neste domingo, o pontífice destacou em cada ocasião a necessária convivência entre as culturas e as religiões.
Em Baku, onde foi recebido pelo presidente Ilham Aliev, elogiou em um discurso o caminho da tolerância tomado, segundo ele, por este país petroleiro desde sua independência, há 25 anos.
- "Colaboração mútua e respeito" -
O Azerbaijão, destacou o papa, é uma "sociedade que reconhece os benefícios do multiculturalismo e da complementaridade necessária das culturas", onde as diferentes religiões "instauram relações de colaboração mútua e de respeito.
"Desejo vivamente que o Azerbaijão siga no caminho da colaboração entre as diversas culturas e confissões religiosas", acrescentou em um discurso pronunciado no centro Heydar Aliev, uma imponente obra da arquiteta Zaha Hadid, recentemente falecida.
Em Baku, última etapa de sua curta viagem do Cáucaso, três meses depois de ter visitado a Armênia, o papa pediu aos Estados da região, frequentemente enfrentados entre si, a abrir "caminhos originais que conduzam a acordos duradouros e à paz".
A Armênia disputa com o Azerbaijão há décadas a região separatista de Nagorno-Karabakh, povoada por uma maioria de armênios e cenários de intensos combates em abril.
Além disso, Francisco expressou o desejo de que esta região se converta em "uma porta aberta para paz e um exemplo a seguir para resolver velhos e novos conflitos".
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