O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou, nesta sexta-feira, que existe um movimento conspirativo de direita na Venezuela para derrubar Nicolás Maduro – com o apoio dos Estados Unidos – e chamou a população a confrontá-lo.
– Há uma conspiração aberta dos Estados Unidos contra a revolução bolivariana da Venezuela – declarou o presidente boliviano, ao lado da chanceler venezuelana, Delcy Rodríguez.
A chefe da diplomacia da Venezuela chegou inesperadamente ao país para comemorar, segundo ela, o aniversário de 57 anos de Morales, "o grande chefe do sul", no último 26 de outubro, revisar assuntos bilaterais e conversar sobre "a situação da Venezuela e a situação da região".
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Morales disse que está acompanhando a situação relacionada à aprovação de uma resolução de juízo político contra Maduro no legislativo venezuelano, dominado pela oposição.
– Nós estudamos no Palácio (Quemado, de La Paz) se era legal, se era constitucional (e concluímos que) é inconstitucional, e está orientado para um golpe de Estado – afirmou.
Segundo Morales, a convocatória da oposição venezuelana para "uma marcha até o palácio de Miraflores, é uma conspiração, é um golpe".
– Os povos vamos defender nossas revoluções democráticas – advertiu.
Apesar do quadro político e social na Venezuela, Morales disse que espera "reconfirmar que o presidente Maduro estará em 18 de dezembro" na região da coca boliviana, seu bastião eleitoral, no dia da Revolução Democrática Cultural. Neste dia, é comemorada a vitória de Morales nas eleições de 2005, que lhe permitiu assumir o seu primeiro mandato em janeiro de 2006.
A última vez que Maduro chegou a essa região do trópico boliviano foi em outubro de 2015, quando pactou com Morales um modelo bilateral social-comunitário até 2025.
"Nosso processo de integração vai continuar, talvez com algumas dificuldades" em meio a um novo quadro político na América do Sul, com mais governos de direita ou conservadores, disse Morales.
Morales pode concorrer à reeleição em 2020
Setores leais a Morales buscam apresentá-lo novamente como candidato à presidente em 2020, apesar de terem perdido, em fevereiro passado, um referendo nacional para modificar a Constituição de modo a permitir um quarto mandato.
Segundo a oposição, sua última reeleição, resultado de uma interpretação inconstitucional, foi ilegal.