O único sobrevivente do grupo que cometeu os atentados de 13 de novembro de 2015 em Paris, Salah Abdeslam, "exerceu seu direito ao silêncio" diante do juiz nesta quinta-feira, afirmou o advogado. Os ataques deixaram 130 mortos.
– Pela terceira, (ele) vez exerceu seu direito ao silêncio durante o interrogatório, que durou quase uma hora e meia – disse o advogado francês Frank Berton.
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Desde que foi transferido da Bélgica para a França, em 27 de abril, o suspeito dos atentados de Paris permanece calado. Em julho, Abdeslam se recusou inclusive a ser retirado da cela da prisão de Fleury-Mérogis, ao sul de Paris, para o interrogatório.
– Este direito pertence a ele, é incontestável. Temos a esperança de que um dia Salah Abdeslam responda as perguntas do juiz, mas não é para hoje – explicou o advogado.
De acordo com o advogado, o juiz de instrução certamente convocará outra audiência.
A Promotoria de Paris confirmou que Salah Abdeslam permaneceu em silêncio após as perguntas do magistrado. Frank Berton disse mais uma vez que a vigilância de vídeo permanente a que está submetido o detento explica "evidentemente" seu mutismo.
Para evitar qualquer tentativa de fuga ou suicídio, Abdeslam, que se encontra em regime de isolamento, é filmado por duas câmeras em sua cela e por outras quando se exercita no ginásio ou durante as caminhadas.
No final de julho, o Conselho de Estado, principal tribunal administrativo da França, considerou que o dispositivo não era desproporcional pelo "caráter excepcional dos atos terroristas" pelos quais Abdeslam foi acusado.
Investigação
O papel exato de Abdeslam durante os atentados não foi determinado, mas ele foi acusado de ter acompanhado os três homens-bomba que detonaram explosivos perto do Stade de France, ao norte da capital.
Ligado ao belga Abdelhamid Abaaoud, suposto cérebro dos ataques, aparentemente também teve um papel logístico e alugou veículos e apartamentos que serviram de esconderijo na área metropolitana de Paris. Os investigadores também suspeitam que ele ajudou no deslocamento de extremistas pela Europa.