Os chanceleres do Mercosul conclamaram os países da União Europeia a acelerarem o processo de negociação de um acordo de livre-comércio entre os dois blocos. No domingo, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, José Serra, disse que a expectativa é concluir o processo em até dois anos.
– Existem resistências na União Europeia por causa de mobilizações que eu diria "protecionistas" em alguns países. Mas Espanha, Portugal, Suécia, Itália estão amplamente a favor. Confio que consigam maioria para acelerar o processo – afirmou Serra, depois do encontro com os chanceleres do Mercosul em Nova York.
A próxima etapa de negociação ocorrerá em outubro em Bruxelas, quando os dois lados discutirão suas ofertas de redução de barreiras. Segundo Serra, o Uruguai vai "pilotar" as conversas do lado do Mercosul. As negociações se arrastam desde 1998 e sofreram um revés com a decisão da Inglaterra de sair da União Europeia.
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A reunião de chanceleres em Nova York foi a primeira de que Serra participou desde que assumiu o cargo. O ministro afirmou que o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e a transição política no Brasil não foram objeto da discussão. A situação da Venezuela no bloco também não foi tratada, segundo Serra.
– Não chegou a ser cogitado. Não se falou sobre Venezuela. O que se falou foi do desejo de não ficar com o assunto Venezuela pela frente.
O presidente Michel Temer chegou no fim da tarde de domingo a Nova York, onde participará da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), na terça-feira. Na quarta-feira, Temer terá encontro com presidentes de grandes empresas americanas e um almoço com analistas de mercado e investidores.
A comitiva de Temer é integrada pelos principais ministros da área econômica, que terão a missão de apresentar os projetos de concessão de obras de infraestrutura divulgados na semana passada.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.