Apesar dos protestos internacionais, as bombas de fragmentação, proibidas há anos, continuam sendo utilizadas de forma "intensa e reiterada" na Síria e no Iêmen. Conforme um relatório publicado pela ONU nesta quinta-feira, os artefatos provocaram mais de 400 vítimas em 2015.
Os ataques na Síria aumentaram desde que a Rússia iniciou a intervenção militar em apoio às forças do regime sírio em setembro de 2015, destaca o sétimo relatório do Observatório da ONU das Munições de Fragmentação.
"Há provas irrefutáveis do uso por parte da Rússia de bombas de fragmentação na Síria e/ou de sua participação direta junto às Forças Armadas sírias em ataques nos quais se utilizam munições de fragmentação, especialmente nas regiões de Aleppo, Homs e Idlib", afirma o documento.
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No Iêmen, a coalizão dirigida pela Arábia Saudita também utilizou este tipo de bombas e, entre abril de 2015 e março de 2016, foram registrados pelo menos 19 ataques, segundo o relatório.
Nenhum dos país envolvidos assinou a Convenção de Oslo (2008) que proíbe o uso destas armas.
No ano de 2015 foram registrados 417 feridos e mortos no uso deste tipo de bomba, especialmente na Síria (248), Iêmen (104) e Ucrânia (19).
Acordo
O Tratado contra as bombas de fragmentação, aprovado em 30 de maio de 2008, proíbe completamente estas armas e exige a destruição de todas as reservas em oito anos e a eliminação dos vestígios destas munições nas zonas contaminadas em 10 anos. Também prevê ajuda aos sobreviventes, suas famílias e às comunidades afetadas.
Em 2015, afirma o relatório, 97% das pessoas mortas ou feridas eram civis, 36% delas crianças.
O texto, que diz respeito a 2015 e parte de 2016, revela que há menos conflitos onde estas armas são utilizadas, mas que os "civis continuam morrendo e sendo mutilados por estas armas cegas".
O relatório da ONU foi publicado antes da sexta Assembleia dos Estados membros da Convenção sobre Munições de Fragmentação, que acontecerá entre 5 e 7 de setembro.