O primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, se reuniu nesta quinta-feira com o Conselho Militar Supremo (YAS, na sigla turca) para tratar de uma profunda reforma do exército, cuja metade dos generais está suspensa, enquanto o expurgo segue atingindo de forma implacável a imprensa. Nada foi divulgado sobre o encontro, que durou cinco horas, entre Yildirim e o que restou da hierarquia militar turca: generais com semblantes sérios.
Na sexta-feira pode ser feito um anúncio sobre as decisões tomadas neste encontro, que, a princípio, deve detalhar as substituições em altos comandos militares.
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O ministro do Interior turco, Efkan Ala, havia anunciado pouco antes à agência TGRT/Ihlas que a polícia será equipada com armas pesadas, uma medida destinada a contrabalançar o poder do exército.
Nesta quinta-feira, horas antes da reunião do YAS, dois dos mais importantes generais renunciaram: o chefe do exército de terra, o general Ihsan Uyar, e o chefe dos treinamentos e da doutrina de comando, o general Kamil Basoglu, informou a agência de notícias Dogan. O YAS planejava decidir nesta quinta-feira quem substituirá uma parte destes responsáveis.
O poder islamita-conservador do presidente Recep Tayyip Erdogan intensificou nos últimos dias "a grande limpeza" destinada a afastar os partidários do pregador exilado nos Estados Unidos Fethullah Gulen, acusado de ter organizado o golpe de Estado, algo que o pregador nega.
Assim, 149 generais e almirantes foram expulsos do exército na quarta-feira por sua "cumplicidade na tentativa de golpe de Estado", segundo um decreto oficial.
A reunião não foi realizada no quartel-general do exército, como é habitual, mas na residência do primeiro-ministro, em Ancara.
*AFP