O governo egípcio declarou a Irmandade Muçulmana, movimento ao qual pertence o presidente deposto Mohamed Mursi, como organização terrorista, e proibiu todas as suas atividades, inclusive manifestações, mas um líder do grupo desafiou o governo e convocou seus partidários a prosseguir com os protestos.
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O grupo foi declarado terrorista e o governo proibiu todas as suas atividades, indicou o vice-primeiro-ministro Hossam Eissa, após uma reunião de gabinete.
Eissa acrescentou que o governo decidiu "punir de acordo com a lei quem pertencer a este grupo".
Em tom de desafio, o membro da direção da Irmandade, exilado em Londres, convocou seus partidários a participar de novos protestos, considerando "inválida" a decisão do governo.
- As manifestações vão continuar, isso é certo - declarou Ibrahim Mounir, membro da direção da confraria exilado em Londres. Os islamitas protestam quase diariamente no Egito para reivindicar o retorno ao poder do presidente Mohamed Mursi, deposto pelo exército em 3 de julho.
O anúncio do governo egípcio contra a Irmandade Muçulmana é o último de uma série de medidas tomadas pelas novas autoridades dirigidas de fato pelo Exército, que destituiu Mursi antes de iniciar uma sangrenta repressão dos manifestantes favoráveis ao ex-presidente.
Esta campanha implacável deixou até agora mais de mil mortos e milhares de detenções entre os islamitas, em especial quase toda a direção da Irmandade.
Estas proibições ocorrem um dia após um atentado suicida contra um edifício da polícia no norte do país que deixou 15 mortos.
Este ataque, condenado pela Irmandade Muçulmana, foi reivindicado por um grupo jihadista com sede no Sinai e que afirma se inspirar na Al-Qaeda.
No dia 23 de setembro, um tribunal egípcio proibiu as atividades da confraria e congelou suas reservas financeiras até que seus líderes sejam julgados pelos atos criminosos pelos quais são acusados.
A violência dos protestos egípcios, em galeria de fotos: