A adolescente paquistanesa Malala Yousafzai, que sobreviveu a uma tentativa de assassinato dos talibãs há um ano, foi recebida nesta sexta-feira pelo presidente dos EUA, Barack Obama, e pela primeira-dama, Michelle, na Casa Branca.
Malala age de maneira "impressionante e inspiradora" para os jovens paquistaneses, destacou o casal presidencial, que estava acompanhado da filha mais velha, Malia.
"Os Estados Unidos se unem ao povo paquistanês e a tantos outros no mundo para celebrar a coragem de Malala e sua determinação para promover o direito de todas as jovens de ir à escola e realizar seus sonhos. Damos as boas-vindas aos esforços de Malala para ajudar a realizar esses sonhos", informou nota divulgada pela Casa Branca.
A adolescente, que era uma das apostas para o Prêmio Nobel da Paz deste ano, sobreviveu a um ataque dos talibãs em 2012 em Mingora, no Paquistão. A região vive sob a versão radical da lei islâmica, imposta por insurgentes entre 2007 e 2009. Depois disso, ela se tornou militante internacional pelos direitos da educação e contra o extremismo religioso.
"Matem-me, mas antes de me matar, me escutem", disse em debate
Nesta sexta-feira, a jovem também fez um discurso em um debate público com o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, à margem das reuniões de outono do FMI e do BM e pediu a seus agressores que a escutem antes de matá-la.
- Matem-me, mas antes de me matar, me escutem! - implorou a jovem de 16 anos em Washington, onde chamou a atenção da comunidade e das organizações internacionais a fazer da educação prioridade número um.
Este enfoque implicaria combater, ao mesmo tempo, o trabalho infantil, o tráfico de crianças, a pobreza e a Aids, argumentou.
O Banco Mundial deu um primeiro passo nesta sexta-feira, ao anunciar uma doação de 200 milhões de dólares ao Fundo Malala, que a jovem paquistanesa criou para apoiar a educação das meninas em todo o mundo.
Malala, cujo nome era cotado para o Prêmio Nobel da Paz, não deixou transparecer qualquer decepção depois de o cobiçado prêmio ser concedido, nesta sexta, à Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ). Em um comunicado publicado após o anúncio do vencedor, a jovem saudou a organização por este "merecido reconhecimento".
Perguntada na sexta-feira sobre as razões de seu ativismo, Malala disse ter aceitado "esta vida intensa por uma única razão: o direito de todas as crianças à educação".
Na quinta-feira, a jovem recebeu o prestigioso Prêmio Sakharov do Parlamento Europeu.
Visita à Casa Branca
Casal Obama recebe Malala Yousafzai
A adolescente paquistanesa, que sobreviveu a uma tentativa de assassinato dos talibãs há um ano, conversou com o presidente e a primeira-dama nesta sexta-feira
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