No centro de controle da missão, em Houston, a aflição e o nervosismo era imensos. Pela TV, mais de 1 bilhão de pessoas, um terço da população mundial da época, prendia a respiração. Ninguém sabia, mas restava combustível para apenas mais uns 20 segundos do voo quando o módulo Eagle finalmente pousou na superfície poeirenta do Mar da Tranquilidade, naquele 20 de julho de 1969.
- A Águia pousou - ouviu-se pouco depois, e um suspiro de alívio percorreu o planeta.
Mas a tensão não diminuiu. Dentro do módulo, a quase 400 mil quilômetros longe de casa, os dois homens se preparavam para o grande momento. E então uma porta se abriu e por ela uma figura desceu desajeitadamente por uma pequena escada.
Fez uma pausa antes de descer o último degrau, para só então deixar a primeira pegada de ser humano fora da Terra. Uma pegada simbólica (cujo foto se tornou um ícone do século 20), carregada de uma dimensão histórica que o próprio autor se encarregou de evidenciar naquele mesmo instante, com uma frase que ficou para sempre.
- Um pequeno passo para um homem, um grande salto para a humanidade.
De certa forma, nunca mais houve um momento como aquele, em que todos os povos, como prometera uma década antes o presidente John Kennedy, foram tocados por algo realmente grandioso. Os riscos daquela missão eram tão grandes que o presidente americano da época, Richard Nixon, já tinha pronto o discurso lamentando a morte dos astronautas. Pelo padrões de segurança atuais, aquela missão jamais seria realizada.
Para um menino de 10 anos, com eu, que via todos aqueles acontecimentos se desenrolando ao vivo pela TV, naquela noite de domingo, Neil Alden Armstrong tornava-se um herói. O herói da maior aventura humana já realizada. O herói do antigo sonho da humanidade de ir à Lua e voltar em segurança para casa. O herói da invencível vontade do homem de conquistar as estrelas. E como se sabe, os heróis nunca morrem.