Ao longo da investigação que resultou na Operação PhD, deflagrada em 9 de dezembro, a Polícia Federal (PF) interceptou, com autorização judicial, telefonemas e troca de e-mails entre os investigados. Assim, identificou fluxo de troca de favores e de dinheiro para benefício próprio dos suspeitos.
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Marisa Behn Rolim é servidora da UFRGS, secretária no PPGCol da Escola de Enfermagem e bolsista da Faurgs. A PF identificou pelo menos 15 pessoas ligadas a ela – familiares, amigos e companheiros de igreja – recebendo bolsas. Atuava administrando o setor de bolsas. Recebia auxílio de um projeto junto à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A instituição informou a ZH que o benefício foi suspenso depois da deflagração da operação da PF.
No e-mail a seguir, Simone Edi Chaves e Marisa tratam, segundo a investigação, de como fazer vínculo com a universidade para garantir bolsa a uma determinada pessoa. Estão reclamando de uma negativa que houve por um setor envolvido.
28 de outubro
De: Simone Edi Chaves
Para: Marisa Behn Rolim
"Aff, que gente mais chata...mas ela tem SIAPE!!!! temos que pensar numa saída rápida, pois isto implica as bolsas de cá...matricular e criar vínculo vai ser um horror...o que tu sugere Marisa?"
De: Marisa Behn Rolim
Para: Simone Edi Chaves
"Gente chata é elogio para eles. Sugiro passar ela para a Faurgs, fazer vínculo PESC e combinarmos com o Nicola (Sérgio Nicolaiewsky, presidente da Faurgs) para autorizar o pagamento no valor de coordenação. Acredito que assim será tranquilo. Poderíamos também pensar em POSDOC, só que o processo demora mais."
CONTRAPONTOS
- O que diz Emilio Millan Neto, advogado de Marisa Behn Rolim:
ZH deixou recado no telefone celular, mas não obteve retorno.
- O que diz Rafael Ariza, advogado de Simone Edi Chaves:
"Ficou claro no depoimento que ela não tem envolvimento com desvios. Quanto aos diálogos, não podemos comentar porque há sigilo decretado pela Justiça."