Foi vendo o avô e o pai que o amor pelos cavalos começou na vida de João Pedro Rocha, de 15 anos. O jovem é criador do animal e pratica tiro de laço em Minas do Leão, interior do Rio Grande do Sul. O primeiro contato foi aos 10 anos de idade, quando começou a participar de rodeios e desfiles da Semana Farroupilha. Hoje, Rocha cria um cavalo da raça Crioulo e mantém com ele uma relação de carinho.
– Ele é como um bicho de estimação, recebe os mesmos cuidados com a alimentação e a saúde, além de amor – relata.
Especialista em cavalgadas, Paulo Felix, de 33 anos, possui uma história parecida com a de Rocha. O bisavô e o tio foram domadores e o pai participava de rodeios. O convívio com os animais começou aos 3 anos:
– O afeto da pessoa com o cavalo encurta e simplifica a relação, trazendo muita confiança para ambos. O toque e o carinho são fundamentais – afirma Felix.
De acordo com o Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de 2018, o IBGE, o Rio Grande do Sul é o segundo maior estado brasileiro em criação de equinos, com mais de 528 mil animais. Uma relação de amizade e cumplicidade que se fortalece também com as novas gerações.
– Antigamente, não tínhamos a visibilidade que se tem hoje, como em redes sociais. Isso ajuda muito, pois, há tempos atrás, muitos jovens tinham vergonha de andar pilchados nas ruas ou andar a cavalo e acabar encontrando algum amigo da escola. Hoje, a prática de cavalgada é um orgulho para essa nova geração. Certamente, será passada adiante, proliferando para as crianças de amanhã – conclui Felix.
Conheça as principais raças criadas no Estado
A raça de cavalo Crioulo originou-se do cruzamento de sangue Andaluz e Berbere, que foram introduzidos no estado por espanhóis e padres jesuítas no período colonial. Esses animais foram usados durante a Revolução Farroupilha, em 1835. Após as campanhas e as guerras, eles se perderam e passaram a viver na região dos pampas de forma livre. As condições climáticas ajudaram a criar uma raça resistente à alta amplitude térmica, à seca e à falta de alimento. Criados em grandes pastos, são laçados e domados quando chegam à idade adulta.
Apesar da predominância do cavalo Crioulo no Rio Grande do Sul, outras raças também possuem uma presença forte, como Quarto de Milha, Mangalarga, Mangalarga Marchador, Árabe, Inglês, Morgan e Percheron.
Quarto de Milha é a raça mais criada no Brasil e no mundo, é muito utilizada em trabalhos no campo. Já o Mangalarga é a raça mais utilizada em competições e trabalho relacionado ao gado. O Mangalarga Marchador é uma raça mais resistente a doenças e capaz de viajar longas distâncias sem cansar.
A raça Árabe é uma das mais antigas que se tem conhecimento, os primeiros registros datam de 2500 a.C. Também é ideal para o trabalho no campo e resiste a longas jornadas sem cansar. Já o cavalo Inglês é usado para passeios, e, principalmente, esportes e provas de obstáculos.
A raça Morgan surgiu nos Estados Unidos e possui fácil adaptação a qualquer ambiente. Já a raça Pecheron se originou na França e foi muito usada durante as batalhas. Atualmente, a raça pode ser encontrada em trabalhos de tração e em competições.
Realitchê desafia os gaúchos
A websérie Realitchê colocará à prova conhecimentos sobre a cultura farroupilha entre cinco perfis de gaúcho: fiel, raiz, não praticante, exportação e desapegado. Ao todo, seis episódios serão exibidos em GZH, a partir de 10 de setembro, e duas equipes com cinco tipos de participantes cada estarão na disputa.
Um integrante por time será escolhido em uma seletiva aberta ao público, com chamadas em diversos veículos do Grupo RBS. Entre os representantes, haverá comunicadores, tradicionalistas do estado e gaúchos anônimos. Fique ligado em GZH para acompanhar!
O Realitchê é uma iniciativa do Grupo RBS, patrocinado por Nacional e Equatorial e apoiado por Tumelero e Isabela.