A maioria dos gaúchos acredita que a destruição causada pela enchente histórica registrada em maio poderia ter sido evitada, de acordo com o Datafolha. Grande parte dos moradores do Rio Grande do Sul aponta as três esferas governamentais, os parlamentares e a própria população como culpados pela tragédia climática. Os dados da pesquisa foram publicados pela Folha de S.Paulo.
A pesquisa ouviu 2.457 brasileiros, incluindo 567 moradores do RS. A margem de erro para a amostra do Estado é de quatro pontos percentuais para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%.
No RS, 75% dos moradores afirmam que era possível evitar a destruição, enquanto 24% dizem que não. Somente 1% afirma que não sabe. Essa percepção é mais presente na Região Metropolitana: oito em cada 10 moradores (81%) dizem que os danos poderiam ser evitados e 18% afirmam que não. Já no Interior, esse número é menor: 67% afirmam que a destruição era evitável, enquanto 32% afirmam que não. A margem de erro é de cinco pontos na Região Metropolitana e de sete pontos no Interior.
A grande maioria dos gaúchos responsabiliza tanto as três esferas governamentais quanto a própria população pela destruição provocada pela enchente – todos são apontados com alguma parcela de culpa por pelo menos 80% dos entrevistados, segundo a pesquisa.
As prefeituras são citadas com maior frequência pelos gaúchos: 85% afirmam que as gestões municipais têm culpa na tragédia, sendo que 44% falam em "muita culpa" e 41% em "um pouco de culpa". Em seguida, vem a própria população, com 84% de culpa. O governo do Estado é citado por 83% dos gaúchos. Já o governo federal tem culpa em relação aos estragos para 80% da população do RS.
Os moradores da Região Metropolitana são, novamente, mais críticos do que no Interior: para 92%, o governo do Estado tem alguma culpa pela destruição, enquanto as prefeituras são citadas por 93%.
A avaliação dos mandatários diante da crise, por parte dos gaúchos, é mais equilibrada, de acordo com o Datafolha. Os índices de ótimo, bom, regular, ruim e péssimo, em relação à atuação do governador Eduardo Leite (PSDB), ficam perto da margem de erro, entre 36% e 31%. Os prefeitos tiveram empate técnico.
O presidente Lula teve pior avaliação entre os gaúchos: 40% afirmam que seu desempenho no socorro aos atingidos foi ruim ou péssimo e 31% afirmam que foi ótimo ou bom.
Resultados do Brasil
Em relação ao país, 72% dos brasileiros dizem que a destruição poderia ter sido evitada, enquanto 24% afirmam que não e 4% não sabem. A margem de erro para a amostra da população brasileira é de dois pontos percentuais.
Os gaúchos culpam os governos e a população com mais frequência do que os brasileiros em geral. No país, 79% da população atribuíram culpa ao governo estadual pela destruição e 76% ao governo federal. Ainda, 70% dos brasileiros afirmam que a própria população tem culpa na tragédia – 14 pontos percentuais a menos do que no próprio RS.
Já o presidente Lula teve uma avaliação mais equilibrada entre a população brasileira em geral.