O presidente Lula foi categórico, firme, no seu breve pronuciamento sobre as enchentes que atingem o Rio Grande do Sul desde o começo da semana. Lula disse que o governo federal trabalhará sem parar com o objetivo de ajudar a reconstruir o que foi afetado pelas enchentes. Lula chegou ao Estado na final da manhã desta quinta-feira (2). Ele desembarcou em Santa Maria. Ele iria sobrevoar as regiões mais atingidas, mas em razão do mau tempo, a atividade foi cancelada.
— Da parte do governo federal não faltará nenhum esforço para reconstruir o que foi destruído, estaremos aqui 100%. Não vamos permitir que faltem recursos. Não vai faltar dinheiro para a questão da saúde, dos alimentos, dos transportes — disse.
Lula exaltou o povo gaúcho, o qual classificou como trabalhador e prestou solidariedade para quem perdeu parentes e amigos em razão da chuva. Vinte e quatro pessoas perderam a vida, segundo contagem de autoridades locais. A Defesa Civil contabiliza, até o momento, 13.
O presidente voltou a citar as mudanças climáticas como um assunto que precisa ser discutido por todas as autoridades mundiais.
— A gente precisa, de novo, olhar com atenção para este evento extremo que volta a acontecer no Rio Grande do Sul e tem que ficar preocupado com o que está acontecendo com o planeta Terra — declarou.
Lula diz que o primeiro momento, é sem dúvida, resgatar as pessoas. E aí, num segundo momento, fazer o levantamento dos danos e trabalhar para conseguir os recursos.
Mortes
A chuva forte que atinge o Rio Grande do Sul desde o início da semana já provocou a morte de 24 pessoas, conforme levantamento de GZH atualizado ao meio-dia desta quinta-feira (2). O número inclui os 13 óbitos que estão no mais recente balanço da Defesa Civil estadual (12h de hoje) e outros confirmados por autoridades locais, como prefeituras e Corpo de Bombeiros.
Calamidade pública
O governo do Estado declarou, na noite de quarta-feira (1º), estado de calamidade pública no Rio Grande do Sul devido às chuvas intensas. O decreto foi publicado em edição extra do Diário Oficial do Estado.
No final da tarde de quarta, em uma entrevista coletiva, o governador Eduardo Leite afirmou que o Rio Grande do Sul passa pelo maior desastre climático da história do Estado. Disse também que os estragos da crise atual vão superar o impacto das enchentes de setembro do ano passado, que provocaram 54 mortes e devastaram municípios da região dos Vales.
Nas redes sociais, Leite alertou a populações das cidades de Santa Tereza, Muçum, Roca Sales, Encantado, Estrela, Lajeado e os municípios que seguem no curso do Rio Taquari que busquem por lugar seguro.
As regiões mais críticas
As principais regiões afetadas pelas enchentes são a Metropolitana, Central, Vale do Rio Pardo, Vale do Taquari e serra gaúcha.
Veja, nos links, a situação em algumas cidades gaúchas:
- Santa Maria: a cidade registrou a maior quantidade de chuva no mundo nesta quarta-feira. Onze pontes danificadas e 70% da cidade sem água
- Lajeado e Estrela: rio Taquari supera a marca de 30 metros. É a maior cheia da história nos locais. Governador Eduardo Leite pede que pessoas deixem áreas de risco.
- Encantado: Seis desaparecidos. "Começou a estalar e depois veio a casa", conta morador
- Sinimbu: prefeita relata cenas de destruição no município
- Guaporé: mais de 80 casas alagadas e famílias desabrigadas
- Esteio: "Eu nem sei como está agora e o que deu para salvar", diz morador
- São Sebastião do Caí: quase 300 pessoas fora de casa em razão da cheia do rio
- Candelária: oito desaparecidos, cerca de 120 pessoas no aguardo de ajuda e 56 resgatadas
- Roca Sales: quatro pessoas desaparecidas
- São Vendelino: duas pessoas desaparecidas
- Passa Sete: uma pessoa desaparecida