O gaúcho Alex Scalon, 37 anos, que se acidentou durante a queda de aeronave agrícola que ele pilotava, morreu na madrugada desta terça-feira (28). O acidente aconteceu em 18 de novembro, na zona rural da cidade de Campo Alegre, em Alagoas, onde ele vivia atualmente.
Scalon trabalhava com aviação agrícola pilotando um pulverizador, que é um tipo de aeronave empregada na aplicação de agrotóxicos e fertilizantes em lavouras. No momento da queda, ele estava sozinho, sofreu ferimentos graves e foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Emergência do Agreste, na cidade de Arapiraca, onde morreu em decorrência dos ferimentos.
A empresa R Pilau Serviços Aeroagrícolas, para a qual Scalon trabalhava, publicou uma nota de pesar ressaltando que "Alex era um profissional dedicado e extremamente competente, além de amado por todos na empresa. Por isso sua partida precoce deixará um vazio imenso em nossos corações". A empresa também disse que "a aeronave pilotada por ele estava com todas as manutenções e documentação em dia".
Scalon era natural de Pelotas, no Sul do Estado, mas viveu boa parte da vida em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos, onde tinha muitos amigos.
Ele também era ex-sócio de um restaurante, que publicou uma homenagem pra ele nas redes sociais. No texto, os sócios do estabelecimento expressaram seus "sentimentos e preces a toda a família e amigos".
O servidor público Igor Mesquita, 38, foi colega de Alex no Ensino Fundamental. Quando soube do acidente, ajudou a organizar uma vaquinha online para tentar arrecadar os R$ 250 mil necessários para pagar o tratamento do amigo. Ele conta que, segundo a família, Alex vinha apresentando melhora nos últimos dias, mas infelizmente não resistiu.
— Ele sempre foi um cara muito alegre e muito disposto, carismático e extrovertido, aquele sujeito agregador mesmo. Era gremista, gostava de vários esportes, surfava também — lembra Mesquita.
O advogado Cristiano Von Berg, 47, conta que geralmente via Alex em suas visitas a Novo Hamburgo. Eles se conheceram durante a pandemia em uma loja de conveniências da cidade, que frequentava com os amigos.
— Ele não era muito falante, transparecia ser um cara mais sério, falava devagar, mas não era introvertido — descreve.
A cantora e musicista Janine Fernandes, 37, foi colega de aula de Alex do Fundamental até o Ensino Médio no Colégio Marista Pio XII. Ela lembra dele como um rapaz querido e popular.
— Ele era o "gatinho" da turma sempre. O mais bonito, mais vaidoso... Um guri muito querido com todo mundo mesmo sendo super popular. Sempre foi muito querido com todos — comenta Janine.
A médica veterinária Natasha Konarzewski, 37, era uma das amigas mais próximas de Alex. Ela conta que eles se conheciam há 26 anos, desde os tempos de escola.
— Sempre fomos melhores amigos. Vivíamos um na casa do outro. Meus pais têm ele como um filho. Vou sempre lembrar dele como o meu amigo da vida. O cara que todo mundo realmente gostava. E não é clichê, não. Sempre gostou das coisas simples da vida e valorizava isso. Vou sentir muita falta do abraço dele e aquele sorriso que ele sempre dava quando nos encontrávamos — diz Natasha.
A cerimônia de despedida ocorre nesta quinta-feira (30), a partir das 8h, na Sala Serenidade do Memorial Krause, em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos. O sepultamento deve ocorrer na às 19h, no memorial localizado na Rua Helmuth Heldt, 120, bairro Canudos.
Veja a nota de pesar da R Pilau
"NOTA DE PESAR
A empresa R Pilau Serviços Aeroagrícolas manifesta seu profundo pesar pelo falecimento do piloto agrícola Alex Scalon, de 37 anos, ocorrido no início da madrugada desta terça-feira (28), no Hospital Emergência do Agreste (HEA), em Arapiraca, Alagoas. Onde ele estava internado devido a um acidente aeronáutico no último sábado (18), durante uma operação aeroagrícola em uma lavoura no município de Campo Alegre.
Ressaltamos que Alex era um profissional dedicado e extremamente competente, além de amado por todos na empresa. Por isso sua partida precoce deixará um vazio imenso em nossos corações.
Ao mesmo tempo, ressaltamos que a aeronave pilotada por ele estava com todas as manutenções e documentação em dia. Por isso, a empresa está colaborando com as autoridades para esclarecer as causas do acidente, especialmente o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).
Também nos solidarizamos com os pais de Alex, Roberto e Tânia, além dos irmãos Rodrigo e Diogo. Os quais trouxemos do Rio Grande do Sul para ficarem junto dele durante a internação que, infelizmente, acabou de maneira triste.
Os quais agora acompanharemos para as últimas homenagens ao filho e irmão em sua terra natal. Na esperança de que as boas lembranças e o carinho de todos ajude a aplacar, ainda minimamente, a dor deste momento."