Hoje aposentada, a funcionária pública uruguaia Lilian Celiberti, 73 anos - ativista de esquerda desde os Anos 1970 - lembra com clareza da noite em que foi sequestrada por servidores do Exército do seu país. Ela estava em Porto Alegre, em 1978, refugiada da ditadura militar que imperava no Uruguai. Morava no bairro Menino Deus com dois filhos pequenos e um outro militante de oposição, Universindo Diaz, quando um grupo misto de policiais brasileiros e militares uruguaios invadiu seu apartamento e levou a todos, presos. Foram vendados, levados até Montevidéu, encarcerados num presídio e só foram libertados cinco anos depois. Pois esta semana a Justiça uruguaia determinou a prisão de dois de seus sequestradores, coronéis reformados. Eles devem ficar presos até o julgamento, acuados de sequestro e abusos físicos contra prisioneiros políticos.
Após 44 anos
Notícia
Lilian Celiberti considera prisões de seus sequestradores um ato de "reafirmação democrática"
Militante de esquerda foi levada à força de Porto Alegre ao Uruguai em 1978 em operação conjunta entre militares do país vizinho e policiais brasileiros