A Polícia Civil começou a ouvir testemunhas a respeito de um suposto caso de intolerância política que culminou num acidente fatal em Salto do Jacuí, município de 12 mil habitantes situado na região noroeste do Rio Grande do Sul. O episódio aconteceu na última terça-feira (13), quando uma vereadora do PT, Cleres Revelante, teve o carro dela, um Corolla, atingido na traseira por uma caminhonete Hilux, conduzida pelo produtor rural Luiz Carlos Ottoni, simpatizante de Jair Bolsonaro.
Após a colisão, a parlamentar acionou a Brigada Militar (BM). Ottoni fugiu do local e rumou para uma estrada não pavimentada, onde capotou o veículo que conduzia, morrendo em consequência dos ferimentos no acidente.
A delegada regional da área de Salto do Jacuí, Diná Aroldi, informa que a Polícia Civil começou nesta quinta-feira (15) a tomar depoimentos de testemunhas da colisão e chamará também familiares do produtor rural morto. A ideia é comprovar se a sucessão de acidentes teve como pivô a intolerância política.
A vereadora Cleres confirma que ela e Ottoni tinham desavenças políticas e que o pecuarista mandava a ela mensagens privadas com piadas e provocações envolvendo Lula. À reportagem, a vereadora disse que Ottoni a chamava de “petralha” e “pão com mortadela”, nas redes sociais. Por isso ela acredita que a colisão com o carro dela foi proposital.
Cleres afirma que sentiu a batida no veículo e viu o produtor rural saindo veloz com a caminhonete. Um vídeo obtido pela Polícia Civil corrobora o que foi dito por ela.
A vereadora, que se diz amedrontada com o episódio, promete entregar cópia dos diálogos ao delegado Dieison Novroth, que investiga o caso.