O Judiciário oficializa nesta segunda-feira (1ª) a participação na campanha Rio Grande Contra a Fome, que teve início no dia 15 de junho pela Assembleia Legislativa, órgãos autônomos do RS, além do Executivo estadual, visando combater a insegurança alimentar que acomete cerca de 1 milhão de gaúchos. Em entrevista ao Gaúcha Atualidade especial de aniversário, a presidente do Tribunal de Justiça (TJ-RS), desembargadora Íris Helena Nogueira, falou sobre a necessidade de unir os "esforços para o combate a fome".
— Impossível não estarmos atentos e buscarmos mobilização e união para se não elidirmos, ao menos minimizarmos um problema tão grande e que atinge hoje cerca de 1 milhão de gaúchos — salientou a desembargadora.
Durante a entrevista, a desembargadora também destacou a necessidade de um "Judiciário solidário", sensível às questões sociais:
— Os dramas sociais, eles vêm à apreciação do Judiciário diariamente, e nós buscamos acolher. E muito mais do que simplesmente jurisdicionar, do que aguardar a provocação através de uma contenda, de um processo, de uma petição inicial, de uma notícia-crime, e isso eu digo que, o coração do Poder Judiciário garantido constitucionalmente é jurisdicionar. Mas, sabemos que muitos dramas familiares eles não se resolvem só em uma sentença, num comando judicial.
Além de uma ampla campanha de comunicação para incentivar a solidariedade, o selo RS Contra a Fome será oferecido a entidades e empresas parceiras do programa. O movimento também pretende engajar a dupla Gre-Nal para dar publicidade à campanha.
O movimento Rio Grande Contra a Fome não prevê o repasse direto de recursos, mas uma ampla mobilização envolvendo entidades, empresas e câmaras municipais para arrecadar mantimentos. Tudo o que for conseguido será repassado à Defesa Civil, responsável por encaminhar as doações. Segundo Íris Helena, todos os os magistrados e servidores do Judiciário devem atuar pela arrecadação dos alimentos.
— Teremos nas 165 comarcas, aliás, em todos os nossos prédios, assim como nos prédios do Tribunal de Justiça, locais para arrecadação. Caixas devidamente identificadas, cartazes, para que as pessoas que vão aos nossos prédios, e são muitas durante o dia, embora o processo eletrônico, as pessoas continuam acessando. Não só advogados, mas partes, acessando os nossos prédios. Então, quem entrar no fórum vai ver o cartaz, vai ter a chamada. Vai ver: "Ó, há um movimento grande aqui, arrecadando alimentos".
Interessados em colaborar podem obter informações no site do movimento.
Ouça a entrevista na íntegra: