O Ministério Público Federal (MPF) tem um novo chefe no Estado. Há 16 anos no MPF, Felipe da Silva Müller, 42 anos, assumiu nesta sexta-feira (1º) o comando da Procuradoria da República no Rio Grande do Sul (PR-RS) para o biênio 2021/2023. Ele substitui no cargo a procuradora da República Claudia Paim.
Harold Hoppe foi nomeado procurador-chefe substituto. A nomeação com as designações para as unidades do MPF foi assinada pelo procurador-geral da República, Augusto Aras. Por tradição, trata-se de uma formalização do PGR do que foi decidido em eleições internas nas procuradorias.
— Desde que ingressei na função de procurador, atuei em praticamente todas matérias a cargo do MPF, com destaque às temáticas indígena, ambiental, criminal e criminal especializado, além de já ter exercido os cargos de procurador regional dos Direitos do Cidadão e de procurador eleitoral auxiliar. A única área pendente de atuação era a chefia administrativa — disse Müller, ao ressaltar que terá o diálogo e a transparência entre seus focos durante sua administração.
A eleição eletrônica ocorrida em 6 de agosto deste ano teve três chapas únicas, com a participação de membros lotados em Porto Alegre e no Interior. Na oportunidade, também foi reconduzido ao cargo o procurador regional dos Direitos do Cidadão, Enrico Rodrigues de Freitas, tendo como procurador regional dos Direitos do Cidadão adjunto Fabiano de Moraes. A procuradora da República Fabíola Dörr Caloy assume como coordenadora criminal da PR-RS.
Entre os casos de maior repercussão em que Müller atuou estão a Operação Pavlova, que investigou corrupção na Superintendência dos Seguros Privados (Susep) e gestão fraudulenta da seguradora Confiança; Operação Harpia, que investigou sistema de remessa de valores ilegais ao Exterior envolvendo as cidades de Porto Alegre, Livramento e Ariquemes, em Rondônia; Operação Daniel, que desarticulou um esquema de corrupção envolvendo madeireiros e servidores públicos do Ibama de Ji-Paraná, em Rondônia; e uma ação que gerou a primeira condenação no Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia, por compra de votos, de um candidato a deputado estadual.
Carreira
Felipe da Silva Müller é formado em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), tem mestrado em Direito pela Universidade Católica de Brasília (UCB) e especialização em Ciências Penais pela Universidade Anhanguera. Ingressou no MPF como procurador da República em junho de 2005, inicialmente lotado no Estado de Rondônia, com atuação na capital e também na unidade do município de Ji-Paraná.
Ao retornar ao Rio Grande do Sul, atuou nas unidades de Santo Ângelo, Capão da Canoa, Canoas e Porto Alegre. Desde dezembro de 2017, atuava no Núcleo Criminal Especializado, com atribuição sobre crimes contra o sistema financeiro nacional, lavagem de dinheiro e praticados por organizações criminosas.
