O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) deu início nesta segunda-feira (4) à coleta de dados para realizar pela primeira vez a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) Covid, com foco na evolução do coronavírus no Brasil.
A Pnad Covid será feita em parceria com o Ministério da Saúde e vai mobilizar dois mil agentes, que vão ligar para 193,6 mil domicílios em 3.364 cidades em todo o país. O questionário terá 40 perguntas e a primeira divulgação está prevista ainda para o mês de maio.
Em coletiva realizada nesta segunda, a coordenadora de trabalho e rendimento do IBGE, Maria Lucia Vieira, apontou que o questionário foi desenvolvido após proposta do Ministério da Saúde na parte relacionada sobre a síndrome gripal. O instituto, então, colocou quesitos associados ao mercado de trabalho para associar os impactos da pandemia no emprego das pessoas.
— Consultamos várias pessoas e grupos de trabalho, pessoas que utilizam dados da Pnad e estudam mercado de trabalho para poder nos dar um parecer do que tinha sido a nossa proposta sobre a pesquisa — disse a coordenadora.
Uma das propostas da pesquisa é acompanhar as mudanças no mercado de trabalho neste período de pandemia. Serão abordados tema como a prática de home office, os motivos que impediram a busca por emprego e os rendimentos obtidos pelas famílias durante o avanço do novo coronavírus no país.
A divulgação pretende mostrar, no tempo de referência da pesquisa, a quantidade de pessoas que tiveram os sintomas de covid-19, como febre, tosse, dificuldade de respirar, falta de paladar e olfato, fadiga, náusea e coriza. O IBGE quer revelar qual a parcela da população que procurou atendimento e em quais estabelecimentos de saúde.
— Para os que não buscaram atendimento, vamos descobrir como trataram os sintomas — apontou Maria Lucia Vieira.
O IBGE pretende identificar, nos casos de internação, se o paciente foi sedado, entubado ou colocado em respiração artificial com ventilador. Para os que não foram a hospitais, serão questionados sobre eventuais visitas de profissionais de saúde na residência ou se tomaram algum medicamento, com ou sem orientação médica.
Segundo o IBGE, o objetivo da pesquisa é obter informações sobre sintomas associados à covid-19 e as providências tomadas pela população brasileira em caso de sintomas. A ideia é buscar informações que apoiem a sociedade, os governos e as entidades públicas e privadas na tomada de decisões no combate à pandemia.
— Qualquer pessoa acima de 14 anos, desde que tenha condições de responder, vai participar da pesquisa. Todas as pessoas do domicílio que atender serão arrolados à pesquisa, como acontece na Pnad Contínua — acrescentou. As divulgações serão semanais, sempre às sextas-feiras.
Na semana passada, por conta da pandemia, o IBGE divulgou resultados da Pnad Contínua feita pela primeira vez por telefone, com objetivo de proteger os trabalhadores. Estava, porém, com dificuldades de ouvir os brasileiros.
O coordenador da pesquisa, Cimar Azeredo, disse que a taxa de resposta dos entrevistados foi de 61,6%, bem menor do que os cerca de 88% do mês de dezembro. A pesquisa ainda não havia sido desenhada para ser feita por telefone.