Acostumada a receber milhares de turistas durante a Páscoa, a cidade de Gramado, na Serra, está praticamente vazia. O prefeito Fedoca Bertolucci recomendou que as pessoas não viajassem para a cidade neste período de distanciamento social devido à pandemia de coronavírus.
Nesta Sexta-Feira Santa (13), poucos carros e pessoas circulavam nas ruas do município. Mesmo com permissão para abrir, evitando aglomerações, lojas que tem como especialidade a venda de chocolates seguem, no geral, fechadas — assim como o restante do comércio.
Em frente à Catedral, localizada na Avenida Borges de Medeiros, ocorreu a encenação da Via Sacra, que foi transmitida pela internet. Cerca de 10 pessoas acompanhavam o rito, ao vivo. Todas distantes umas das outras, respeitando o afastamento recomentado para evitar a contaminação pela covid-19.
Para os poucos turistas que chegam na cidade, há barreiras de orientação em ambos principais acessos do município. Agentes de trânsito conversam com os motoristas, avisando que todo o comércio está praticamente fechado e orientando as pessoas a não andarem pela cidade. Também anotam a placa de quem chega e quem deixa Gramado.
O Sindtur, sindicato que representa os hotéis da região, emitiu uma nota reforçando seu posicionamento favorável à decisão de fechamento da cidade de Gramado, para garantir a segurança das pessoas. À reportagem, o presidente da entidade, Mauro Salles, estimou um prejuízo de cerca de R$ 100 milhões — já que a Páscoa é uma das datas mais procuradas pelos turistas, ficando atrás apenas do Natal. Em anos anteriores, a taxa de ocupação da rede hoteleira chegou a 95%.
"O Sindtur Serra Gaúcha se manifestou aos prefeitos de Gramado, Fedoca Bertolucci, e de Canela, Constantino Orsolin, através de ofícios, informando a decisão da entidade em sugerir a não reabertura dos empreendimentos que representa do setor hoteleiro, gastronomia e parques da Região. A decisão foi tomada pela maioria com base na consulta aos associados que entenderam que o decreto do Estado e município deve ser acatado pois 'não basta para o setor do turismo o mero desejo de exercer a sua atividade, é necessário que haja interesse do turista em se movimentar'. A entidade entende que os empreendimentos de aluguel por temporada devem seguir o exemplo, cumprir o decreto, e evitar locações neste período de confinamento", escreveu a entidade em comunicado.