Um incêndio no hospital Badim, na Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro, provocou pelo menos 10 mortes na noite desta quinta-feira (12). O prédio foi evacuado e os pacientes passaram a ser atendidos na rua, em camas improvisadas no chão. O número total de feridos é desconhecido. O incêndio foi controlado no final da noite, por volta das 23h30min.
Na manhã desta sexta-feira (13), o prefeito Marcelo Crivella havia confirmado 11 vítimas fatais. Mais tarde, contudo, o Corpo de Bombeiros Militar do Rio de Janeiro confirmou que removeu do local 10 corpos.
Funcionários montaram uma espécie de hospital na Rua São Francisco Xavier, com os colchonetes e lençóis que foram jogados pelas escadas para improvisar o atendimento.
Segundo a direção do hospital, a principal suspeita é de que houve um curto-circuito no gerador de um dos prédios e que ele tenha espalhado fumaça para todos os andares do prédio antigo, obrigando a evacuação.
"Todos os pacientes do CTI 1 já foram retirados e estão recebendo os primeiros atendimentos na rua Arthur Menezes. Nesse momento, os pacientes do CTI 2, que tem 20 leitos, também estão sendo retirados", afirmou a direção da unidade por volta das 20h nas redes sociais.
Eles estão sendo levados para hospitais públicos e privados da região.
"Toda a direção do hospital Badim está empenhada em prestar os devidos socorros necessários aos pacientes, que estão sendo transferidos para o hospital Israelita Albert Sabin e para os hospitais da Rede D'Or, do qual o Badim é associado", informou a direção.
A Secretaria de Estado de Saúde disse que enviou 15 ambulâncias para auxiliar nessa retirada, dos hospitais Getúlio Vargas, Carlos Chagas, Adão Pereira Nunes e de UPAs -e que disponibilizou leitos em unidades do estado. Antes de ser transferida, parte dos pacientes foi estabilizada no Iaserj (Instituto de Assistência dos Servidores do RJ), que fica a poucos metros.
O Corpo de Bombeiros foi acionado às 17h50min e enviou no total 12 viaturas e agentes de quatro quartéis ao edifício, que foi tomado por uma fumaça preta e espessa, como mostram imagens gravadas por quem passava pela região. Por volta das 20h30min, os bombeiros informaram que o foco do fogo não era mais visualizado, mas eles ainda trabalhavam na evacuação do edifício. Perto das 23h30min, o fogo foi controlado.
O complexo tem no total 128 leitos de internação e mais de 60 médicos, mas ainda não se sabe quantas pessoas estavam no local do incêndio. O prédio novo conta ainda com emergência, centro cirúrgico, centro de diagnóstico por imagem e "day clinic" (internação breve).
Do lado de fora do hospital Badim, atingido por um incêndio nesta tarde, o advogado Carlos Oterelo diz que acompanhava a mãe, Berta de Souza, 93, internada para se tratar de uma pneumonia, quando sentiu o cheiro de fumaça.
Com a confirmação do fogo, ele relata que tentou resgatar a mãe com os próprios braços, mas não conseguiu.
— A maca é pesada, não tinha mobilidade para fazer isso e não tinha gente, estava sem luz. Então ficou muito difícil. Os bombeiros mandaram as pessoas sem enfermidade saírem. Porque senão o problema seria muito maior — disse à reportagem.
— Eu tirei minha mãe do box onde ela estava e, quando chegou na escada cortafogo, tinham muitas pessoas correndo. Funcionários, pacientes que não estavam com dificuldades de se locomover estavam sendo ajudados a descer.
Agora, ele, assim como outras dezenas de familiares de pacientes que estavam internados, cobra informações sobre o estado de saúde e a localização da mãe.
— O Badim disse que iria fazer uma lista para onde os pacientes foram e que iriam colocar na mídia — afirma.