Sete funcionários da mineradora Vale e seis da alemã TÜV SÜD foram indicados pela Polícia Federal (PF), na noite de quinta-feira (19), pelos crimes de falsidade ideológica e uso de documentos falsos envolvendo a tragédia de Brumadinho (MG). Segundo informações do portal G1, as duas empresas também foram indiciadas e responderão pelos mesmos crimes.
Conforme a publicação, o crime de falsidade ideológica ocorreu, segundo a PF, quando funcionários das duas empresas — que não tiveram os nomes divulgados até o momento — celebraram contratos utilizando informações falsas contidas nos documentos de Declaração de Condição de Estabilidade (DCE), feitos em 2018. Esses documentos permitiram que a barragem seguisse funcionando normalmente mesmo com critérios de segurança abaixo dos recomendados pela própria mineradora.
Já a imputação por documentos falsos se dá por dois registros de declarações de estabilidade — documentos que indicavam que a barragem estava em boas condições de funcionamento — junto a entidades governamentais, em 2017. Ao todo, a pena pode chegar a 18 anos de cadeia para os indiciados.
Ainda de acordo com o G1, a reportagem entrou em contato com a Vale e a TÜV SÜD por e-mail e por telefone no início da manhã desta sexta-feira (20), mas até as 8h não havia obtido retorno das empresas.
Barragem I da Mina Córrego do Feijão
Mais de 200 pessoas morreram na tragédia de Brumadinho. Diversas vítimas eram empregados da mineradora Vale e de empresas prestadoras de serviço. A ruptura ocorreu na Barragem I, Mina Córrego do Feijão, em horário de almoço, às 12h28min do dia 25 de janeiro. Corpos foram encontrados soterrados no local onde funcionava o refeitório. As sirenes não funcionaram e não houve alerta sonoro para que as pessoas pudessem tentar se salvar.