O Carrefour vai pagar R$ 1 milhão por conta dos maus-tratos cometidos por um segurança que resultaram na morte do cachorro "Manchinha", numa loja da rede, no final de novembro do ano passado, em Osasco, na Região Metropolitana de São Paulo. A quantia foi estipulada em termo de compromisso firmado com o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e a prefeitura do município. Pelo acordo, divulgado nesta sexta-feira (15) o supermercado assumiu a obrigação de depositar o dinheiro em um fundo a ser criado pelo municipalidade.
Conforme o promotor de Justiça Gustavo Albano Dias da Silva, desse montante, R$ 500 mil serão destinados exclusivamente à esterilização de cães e gatos, R$ 350 mil para a compra de medicamentos para animais do Hospital Veterinário municipal ou que estejam no canil do município, e R$ 150 mil para aquisição e entrega de rações para associações, ONGs e demais entidades destinadas ao cuidado de animais na cidade de Osasco.
Segundo MP, caso o Carrefour descumpra o acordo, pagará multa de R$ 1 mil por dia de atraso. Já o município será alvo de investigação por ato de improbidade administrativa na hipótese de não atender ao que foi estabelecido no termo. A fiscalização quanto à utilização e destinação do dinheiro ficará a cargo da Promotoria de Justiça. A prefeitura de Osasco confirmou os termos do acordo e lembrou ter dado o nome do cachorro 'Manchinha' ao Hospital Veterinário.
O Carrefour informou que o acordo será remetido ao Conselho Superior do Ministério Público para homologação, mas já implementa um "extenso plano de ação em prol da causa animal, estruturado com apoio de diversas ONGs e entidades, com ações em curso na cidade de Osasco e no país".
O "Manchinha" morreu no dia 28 de novembro, após ser agredido com uma barra de metal por um segurança terceirizado do Carrefour de Osasco. O animal vivia no estacionamento da loja e era alimentado pelos frequentadores. Vídeos registrando a agressão circularam em redes sociais, gerando revolta e mobilizando os defensores da causa animal. O Carrefour passou a ser alvo de protestos. Denunciado à Justiça pelo crime de abuso e maus tratos aos animais, o segurança admitiu a agressão, mas negou a intenção de matar o animal. O processo ainda tramita na Justiça.