A prefeitura de Pelotas suspendeu nesta segunda-feira (23) a coleta para exames de pré-câncer em todas as unidades de saúde do município, no sul do Estado. O Serviço Especializado de Ginecologia (SEG), laboratório que prestava serviço, é investigado por denúncias de supostas irregularidades nos exames. Na semana passada outras nove cidades da região que enviavam as amostras para o laboratório já haviam suspendido a coleta.
Também nesta segunda-feira, foram entregues ao Ministério Público (MP) os documentos solicitados pela promotora Rosely de Azevedo Lopes, responsável pela investigação, para a abertura do inquérito. Foram entregues o memorando assinado por seis profissionais da UBS Bom Jesus alertando para as supostas irregularidades e o contrato com o SEG, entre outros documentos.
Nesta terça-feira (23), serão abertos os envelopes dos laboratórios concorrentes para a contratação emergencial em Pelotas. O contrato deve durar até sair o resultado do processo licitatório que definirá um novo laboratório pelo período mínimo de cinco anos. A prefeitura vai divulgar também a empresa que ficará responsável por refazer 2,1 mil amostras coletadas anteriormente pelo SEG.
A suposta fraude nos exames começou a ser investigada após médicos e enfermeiros da UBS Bom Jesus enviarem um memorando à Secretaria de Saúde do município, que citava possíveis erros na conclusão dos exames de pré-câncer do colo de útero. A reportagem do GaúchaZH conversou com uma das pacientes submetidas aos exames e que hoje está diagnosticada com a doença.
A dona de casa Ieda de Ávila, 51 anos, se submeteu a dois exames preventivos (papanicolau), com resultados negativos, mas depois foi diagnosticada com um tumor maligno no colo do útero. Ela passou até agora por 28 sessões de radioterapia, seis de quimioterapia, e mais quatro sessões de braquiterapia. O advogado de Ieda, Artur Jardel de Oliveira Soares, está reunindo documentos para entrar com uma ação cível nos próximos dias
