O advogado de defesa de Jairo Oliveira Camargo, 51 anos, apontado pela polícia como autor do incêndio na recepção do Pronto Socorro do Hospital Bruno Born, em Lajeado, no Vale do Taquari, alegou inocência de seu cliente. Conforme Marco Mejía, o homem negou a acusação e, mesmo que venha a ser indiciado pelo crime, teria agido em estado de necessidade após passar o dia com filho doente esperando atendimento.
— Mesmo se fosse verdadeira a acusação, ele agiu em estado de necessidade, pois tentou atendimento médico e não conseguiu. Ele não assumiu (ser o autor do crime), só que ele está preso por isso. Independentemente do ato em si, mesmo que fosse verdade, está dentro de uma excludente de culpabilidade. É a mesma coisa que legítima defesa — explicou o advogado Mejía.
Para o advogado, a ação é justificada pela tensão que Camargo teria passado esperando o atendimento do filho e não obtendo resposta do hospital.
— Ele não tinha o que fazer, pois o filho estava muito doente. Atingiu o máximo da emoção dele, não teve outra saída. Ele não tocou fogo para qualquer coisa, ele tocou fogo para chamar atenção de que precisava de ajuda e não teve.
Em nota, o Hospital Bruno Born informou que o filho de Camargo recebeu atendimento no mesmo dia na Unidade de Pronto Atendimento e também no hospital. “Sendo que, naquele momento, não se caracterizava como de urgência ou emergência”, completa a nota.
Camargo está preso preventivamente desde a tarde de segunda-feira (2). Conforme o delegado Juliano Stobbe, responsável pela investigação, o homem deve ser indiciado em até 10 dias, quando o inquérito será concluído.
Camargo é natural de Caxias do Sul e mora em Lajeado há cerca de um ano. Tem antecedentes por roubos e também responde pelo homicídio do senegalês Cheikh Tidiane, ocorrido em fevereiro de 2016 no município serrano. O crime teria acontecido por conta de uma dívida do imigrante com Camargo. Na época, ele assumiu a autoria do homicídio. Desde então, respondia ao processo em liberdade.