Um dos anúncios mais aguardados por quem passa pela RS-287, em Santa Cruz do Sul, saiu: o trânsito no viaduto erguido junto ao principal acesso ao município, chamado de Trevo Fritz e Frida, será liberado nesta sábado (28). A entrega da estrutura pela Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) acontece com dois anos de atraso.
As obras começaram em dezembro de 2014, com o objetivo de reduzir congestionamentos e acidentes. Deveriam estar prontas um ano e meio depois, em julho de 2016.
Segundo a EGR, a principal causa do adiamento foi a necessidade de adequação do projeto feito pelo governo anterior. Houve ainda problemas financeiros e judiciais enfrentados pelo consórcio responsável, que geraram seguidas paralisações dos trabalhos.
Segundo o diretor-presidente da EGR, Nelson Lidio Nunes, 99% da estrutura está pronta. Foram investidos R$ 25,5 milhões. Restam ainda ajustes, como refazer pinturas, averiguar sinalização e iluminação.
Também será preciso recapar trechos das alças de acesso a Santa Cruz do Sul que, durante as obras, concentraram todo o tráfego na área, inclusive de veículos que seguiam direto para Porto Alegre ou Santa Maria.
Esses trabalhos finais podem demorar até 10 dias, dependendo das condições do tempo. A EGR garante que, embora equipes sigam no local, ninguém será impedido de passar pelo trecho. Até a conclusão dos ajustes, o total investido poderá subir para R$ 27 milhões. A inauguração oficial está prevista para a primeira quinzena de maio.
A liberação do viaduto amanhã atende a prazo acordado com o Ministério Público (MP). Em janeiro, a promotoria deu ultimato aos responsáveis: para não ajuizar ação civil pública, exigiu cronograma curto de conclusão. Foram estipulados, então, três meses para finalização da obra, ajustados depois para até 30 de abril — na próxima segunda-feira.
— Ao MP, importa o interesse público. Se o viaduto tiver funcionando, com acesso por baixo, que é o objetivo da obra, pequenas necessidades podem não prejudicar o todo. Podemos então tolerar, desde que não implique em prejuízo para os usuários — afirmou o promotor Érico Fernando Barin.
Caso não esteja liberado o fluxo, tanto para entrar e sair de Santa Cruz quanto para transitar entre as regiões Metropolitana e Central, Barin diz que processo será aberto e multas podem ser cobradas imediatamente, de forma diária:
— Vou saber de fato o que aconteceu na segunda-feira.
Questionado sobre o cumprimento do cronograma, o diretor- presidente da EGR foi duro:
— Não trabalho com o MP. Trabalho com a conclusão da obra. E a obra termina quando fica pronta. Não é isso (a cobrança da promotoria) que vai fazer eu acelerar ou desacelerar em detrimento da boa técnica.