Santa Catarina registrou um aumento considerável nos casos de farra do boi em 2018. Segundo dados da Polícia Militar, de 1º de janeiro até esta segunda-feira (2), dia seguinte à Páscoa, foram geradas 117 ocorrências da prática no Estado, das quais 27 foram confirmadas. Neste período, foram presas 14 pessoas e 21 bois foram apreendidos. No ano passado, nenhum farrista foi preso e apenas três animais foram resgatados.
Conforme os dados da Agência Central de Inteligência (ACI) da PM, em 2017 foram geradas 59 ocorrências por farra do boi, sendo 11 confirmadas. O número dos casos confirmados aumentou 154%.
Entre os casos desse ano, uma resultou na morte de um homem de 37 anos em Governador Celso Ramos. Foi no 9 de março, quando o farrista foi ferido gravemente. Ele permaneceu na Unidade de Tratamento Intensivo do Hospital Regional de São José por mais de uma semana, mas não resistiu e faleceu no dia 18 de março.
Houve confronto em seis farras do boi interrompidas pela polícia em 2018. Uma delas foi no domingo de Páscoa no Rio Tavares, no sul de Florianópolis, quando farristas dispararam rojões e fogos de artifício contra policiais que tentavam resgatar um animal. Governador Celso Ramos e Florianópolis foram as cidades que mais registraram ocorrências de farra do boi, sendo nove cada uma. Confira abaixo a lista de municípios:
Desde 1998, a farra do boi é ilegal, conforme a Lei de Crimes Ambientais, que criminaliza condutas que maltratem animais. O texto proíbe "praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos".
Na Semana Santa, casos de farra do boi aumentam consideravelmente em Santa Catarina. O animal costuma ser confinado sem alimento por vários dias. Após passar fome, comida e água são colocados num local à sua vista, sem que ele possa alcançar, como forma de aumentar o desespero.
A festa em si começa quando o boi é solto e é perseguido pelos farristas, que carregam pedaços de madeira, facas, lanças de bambu, cordas, chicotes, pedras, entre outros utensílios usados para perseguir o boi que, no desespero de fugir, acaba ferindo a si próprio, pessoas, destruindo o patrimônio público, causando pânico.
Denúncias podem ser feitas pelo 190 da Polícia Militar, ou se preferir anonimato, o disque-denúncia da PM: 0800-481-717. A Acapra mantém uma página no Facebook chamada Farra do Boi Nunca Mais, onde também recebe informações e denuncia os locais onde as farras acontecem.