A tarifa de R$ 3,85 sugerida para a passagem de ônibus em Caxias do Sul pelo Conselho Municipal de Trânsito e Transportes permite que a Visate não renove a frota. O valor foi aprovado por 11 votos a quatro em sessão do Conselho na tarde da quinta-feira (25).
Conforme o secretário de Trânsito, Cristiano de Abreu Soares, o entendimento é de que não vale a pena onerar a tarifa com a previsão de investimento na compra de novos ônibus porque o contrato com a concessionária vence ao final de 2019 e não há garantia de que ela permaneça com o serviço na cidade. Sobre o aumento na idade média da frota, Soares diz que ela já ultrapassa o previsto em contrato e está em seis anos, em vez de quatro.
A Secretaria de Trânsito elaborou quatro cálculos de tarifa diferentes: um a R$ 4,30, considerando a compra de 50 novos ônibus; um a R$ 4,10, sem renovação de frota; com orientação da Procuradoria-Geral do Município (PGM), um terceiro a R$ 4,03, reduzindo gastos com planos de saúde e horas extras para funcionários da Visate, excluindo custos de operação e aumentando o tempo de vida útil dos pneus; e um quarto, a R$ 3,8401, atendendo a critérios da PGM e sem a compra de novos ônibus, valor que foi arredondado. Votaram contra a tarifa de R$ 3,85 os representantes da Associação de Engenheiros, Arquitetos, Agrônomos, Químicos e Geólogos de Caxias do Sul (Seaaq) e da CIC/CDL, por uma insegurança com relação à análise técnica que chegou a esse valor; e votaram contra, também, o Sindicato dos Rodoviários e a Visate.
O diretor-geral da concessionária, Gustavo Marques dos Santos, declarou ao jornal Pioneiro que não é possível executar o serviço com esse reajuste, e disse que a empresa faria uma avaliação jurídica para ver quais são as próximas ações. A reportagem entrou em contato com a empresa nesta sexta-feira (26) e aguarda um retorno.
A prefeitura ainda não informou na manhã desta sexta-feira se o valor aprovado no conselho será mantido pelo prefeito Daniel Guerra ou se ele já tem uma decisão sobre a tarifa. Conforme a prefeitura, o relatório ainda não chegou ao gabinete de Daniel Guerra que, após o recebimento, terá 24 horas para analisar o documento e se manifestar.