Vizinhos e amigos em São Domingos do Sul, no Sul do Estado, Jaime Castelani, Diego Klaus e Olvide Bassani se reúnem sem muita frequência para pescar. Na última quinta-feira (5), receberam um convite de um amigo para jogar as redes no Rio São Domingos, onde não pescavam havia cerca de 50 anos.
Foi no início da manhã de sexta (6), ao recolher a última rede, que os pescadores relatam ter deparado com a surpresa: uma imagem de Nossa Senhora Aparecida foi resgatada da água, acompanhada de cerca de 20 quilos de peixe.
— Eles estavam remando o barquinho e eu estava puxando a rede, quando vi um pedaço de algo vermelho. Quando faltavam uns 10 metros entre mim e a rede, vi que era a santa. Nós ficamos surpresos, ficamos pensando que Deus mostra para as pessoas, em pequenos sinais, que está presente — contou Bassani.
Cerca de 300 anos mais tarde, a cena parece repetir a aparição de Nossa Senhora Aparecida no Rio Paraíba, em São Paulo, quando, durante uma pescaria de pouco sucesso em outubro de 1717, os pescadores Domingos Garcia, Felipe Pedroso e João Alves encontraram uma imagem de Nossa Senhora Aparecida. Depois disso, a sorte mudou e o trio retornou à comunidade com uma leva abundante de peixe.
O objeto encontrado no sul do RS foi levado para a paróquia do município. O padre local, Claudir Pressi, contou que a história causou comoção na região.
— Sempre fui muito devoto de Nossa Senhora Aparecida, ela sempre foi uma inspiração para mim. Vi muitas coisas na vida de padre, mas nunca um sinal tão próximo assim, que mexeu tanto com todos. É uma experiência única e especial, uma graça para a gente. Temos certeza que Deus continua nos mandando sinais. É uma forma singela de dizer que está presente, para tornar a vida das pessoas mais digna e feliz — afirmou Pressi.
Natural de Frei Gentil e morador de São Domingos há 18 anos, o pescador Bassani, 66 anos, conta que é devoto de Aparecida. Ele relata outro acontecimento em relação à santa, da época em que trabalhava como pedreiro em Caxias do Sul:
— Tinham colocado fogo em umas casas e eu ia trabalhar na reforma. Estava tirando uns pedaços de madeira e vi um brilho no chão, no meio das cinzas. Fui mexer e vi que era uma medalha de Nossa Senhora. Guardei e levo no meu chaveiro comigo até hoje.
A imagem encontrada em São Domingos do Sul receberá uma capelinha. Depois, será colocada junto ao jazigo do monsenhor João Benvegnú, que ajudou na melhoria do município e era conhecido na comunidade.