Expressão que se tornou comum na boca dos moradores de Caxias do Sul, a ocupação da Maesa finalmente começou. Ao contrário do que poderia se imaginar diante da expectativa gerada pelo tamanho da estrutura e pelos anos que o município buscou a doação do espaço junto ao Estado, a chegada de serviços do município à antiga Metalúrgica Abramo Eberle é tímida. Dos 53 mil metros quadrados do complexo, apenas 200 metros quadrados são utilizados pela administração municipal.
Na Rua Plácido de Castro, uma porta dá acesso à Divisão de Proteção ao Patrimônio Histórico e Cultural. A área se diferencia do restante do prédio porque está parcialmente pintada em branco e cinza, enquanto o restante segue em tijolo à vista. Na porta, uma inscrição identifica o funcionamento do departamento da Secretaria da Cultura. A sala de atendimento comporta três servidoras públicas. Em outro compartimento, está a coordenação deste departamento, que antes ficava junto ao arquivo histórico. Banheiros e uma sala de reuniões também integram o espaço, que passou por pequenas reformas, como pintura e troca da iluminação.
A transferência da divisão é simbólica. Demolições de prédios com mais de 50 anos ou intervenções em imóveis com características históricas têm de passar pelo departamento, responsável por fazer um relatório levado ao Conselho Municipal de Patrimônio Histórico e Cultural. Os documentos começam a tramitar por secretarias municipais. Isso significa que não se criou uma demanda de acesso do público à Maesa.
Também no prédio fica um posto da Guarda Municipal. Para acessar o ambiente, é preciso entrar antes no departamento da Secretaria da Cultura, até acessar um corredor que leva à sala onde ficam de dois a três guardas. Divisórias de madeira comuns em escritórios foram colocadas neste local. Os guardas ficam em apenas um ambiente, de onde é feito o monitoramento de todos os alarmes em prédios públicos do município e o acompanhamento dos pontos em que os guardas municipais estão trabalhando. Uma cozinha aos fundos completa o espaço.
A instalação de serviços públicos no prédio da antiga Maesa começou na última quinta-feira (26). Com isso, a prefeitura cumpre uma das exigências para que o município recebesse o complexo do Estado, que estabeleceu prazo até o final deste ano para o início da ocupação. A lei que oficializou a doação do prédio foi assinada no final de 2014.