Apesar da condenação em primeira instância no caso do triplex, o Partido dos Trabalhadores (PT) mantém a aposta no ex-presidente Lula como candidato da legenda ao Palácio do Planalto em 2018 e descarta falar publicamente sobre possível "plano B". Em entrevista à Rádio Gaúcha, nesta quarta-feira (13), o ex-ministro da Saúde e vice-presidente nacional da sigla Alexandre Padilha afirmou que Lula "é o plano A da maioria do povo brasileiro e do PT".
— Estão querendo criar uma armadilha que é, em cima de uma condenação em primeira instância absurda, profundamente questionada, já impedir que Lula seja candidato a presidente da República. Nós vamos manter a candidatura do ex-presidente Lula até o fim — afirmou Padilha, citando a liderança de Lula em pesquisas eleitorais.
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Apesar do discurso em favor de Lula, o PT discute internamente uma alternativa à candidatura do ex-presidente. Embora não admitam em público, dirigentes do partido temem que o ex-ministro Antonio Palocci tenha reunido provas ou indícios que incriminem Lula.
Em depoimento ao juiz federal Sergio Moro, na semana passada, Palocci afirmou que Lula deu aval para propina de R$ 300 milhões da Odebrecht ao PT. O ex-ministro negocia acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF).
— Mais uma vez, em relação ao ex-presidente Lula, se utiliza o instrumento da delação com as pessoas falando: falam o que querem, mas não têm nenhum tipo de prova — diz Padilha. — Ele (Palocci), como outros já mentiram, por causa do mau uso do instrumento da delação premiada.
O caso do triplex será julgado pela 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), com sede em Porto Alegre. Caso seja condenado em segunda instância, Lula poderá ser impedido de concorrer na próxima eleição.
— Hoje, não tem nenhum empecilho jurídico em relação a isso. Tem um processo de recurso no TRF4, caberá outras possibilidades de recurso, acreditamos na Justiça — reitera Padilha.