O reajuste na tarifa cobrada nas 14 praças de pedágio administrados pela Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) é dado como certo – o valor final, porém, ainda depende de estudo. Segundo o diretor-presidente da companhia, Nelson Lidio Nunes, caberá ao conselho de administração da estatal estipular a política tarifária.
Formado por sete técnicos de secretarias estaduais, o conselho deve receber todas as informações reunidas pela EGR – como fluxo de veículos, arrecadação e custos – nos "próximos dias", conforme Nunes. Receoso em fazer previsões, o presidente limitou-se a dizer que não acredita que os avaliadores irão repassar toda a defasagem, que passa de 80%, para o usuário.
– Não acredito que vá chegar a 50% do valor cobrado hoje. Os conselheiros vão fazer uma análise cautelosa, mas terão critério de modicidade – afirmou Nunes a ZH.
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A tarifa-base atual cobrada na maioria das praças é de R$ 5,20. Caso toda a defasagem fosse repassada, o valor subiria para R$ 9,50. Se o reajuste for conforme estimado pelo diretor-presidente, não passaria de R$ 7,80.
– A recuperação tarifária deve ocorrer ao longo de alguns anos. Não se pode recuperar isso em 24 horas, para não afetar bruscamente o orçamento dos usuários – pondera Nunes.
Em 2013, quando a EGR assumiu os trechos estaduais, o governo aplicou uma redução em torno de 25%. A justificativa era de que, diferentemente das concessionárias, a companhia não teria objetivo de obter lucro e toda a arrecadação seria revertida em melhorias e obras nas estradas.
O problema é que, desde o início da operação, pipocam reclamações sobre as condições das rodovias administradas pela EGR. Há quatro anos, a diretoria da empresa dizia que o problema eram as más condições que as antigas concessionárias, sabendo que iriam perder as concessões, deixaram os asfaltos. A resposta segue a mesma:
– O antigo governo não deveria ter aceitado receber as estradas naquelas condições. Agora, não temos recursos para fazer a recuperação necessária – afirmou Nunes.
A promessa é de que, com a implementação do reajuste, prevista ainda para 2017, a arrecadação aumente e seja possível executar melhorias. Quais são elas? O diretor-presidente alega que não é possível dizer agora, pois é precisa saber qual será o novo valor cobrado para estudar quais são as obras possíveis.
– Não iniciamos nenhuma obra que nós não possamos executar.