O Centro Integrado de Atendimento às Vítimas de Acidentes (Ciava) – criado pelo Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) após a tragédia da boate Kiss – teve seu modelo replicado na Europa. O serviço, que está em funcionamento desde fevereiro de 2013, foi requisitado pela Associação Portuguesa dos Fisioterapeutas para atendimento às vítimas do incêndio florestal que deixou 64 pessoas mortas e mais de 100 feridos em Lisboa, no final do mês de junho.
O termo de cooperação entre as instituições dos dois países foi firmado recentemente. Os portugueses solicitaram à direção do Ciava informações e um detalhamento maior para saber como os profissionais, que atuam no Ciava, procederam durante o incêndio da Kiss.
Marisa Bastos Pereira, chefe da unidade de reabilitação e coordenadora do centro, afirma que a unidade é considerada uma referência nacional e internacional. Ela acrescenta que a direção do Husm e a reitoria da UFSM estudam, no momento, a possibilidade de envio de profissionais até Lisboa.
Essa não é a primeira vez que a unidade é solicitada para dar detalhamento sobre atendimento, socorro e tratamento a vítimas de tragédia. No ano passado, o Ciava "exportou" o modelo também para a Escola de Saúde Pública da França, que buscou informações de como funciona o serviço.
Apenas neste ano, foram prestados mais de 1,3 mil atendimentos. Em 2013, ano da tragédia da Kiss, foram mais de 4 mil atendimentos. Por mês, a unidade contabiliza de oito a dez casos novos.
A unidade conta, atualmente, com 24 profissionais – sendo médicos de diversas especialidades (nas áreas da pneumologia, psiquiatria e cirurgias) e também uma equipe multiprofissional (com fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos, assistentes sociais, farmacêuticos e enfermeiros).
Preocupação
Uma outra questão tem preocupado a coordenadora do centro e envolve o Hospital Regional de Santa Maria, que ainda segue com as portas fechadas. Segundo ela, ainda que não se tenha uma definição de quem fará a gestão do empreendimento, é preciso se buscar a garantia de que o local comportará um centro de reabilitação para queimados para toda a região.