As exportações de vinhos e espumantes brasileiros aumentaram no primeiro semestre de 2017 em comparação com o mesmo período do ano passado, mas as vendas no mercado interno têm indicativo de queda. O levantamento está sendo feito pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), que ainda não tem números fechados.
Conforme o gerente de promoção do Ibravin, Diego Bertolini, deve ocorrer diminuição nas vendas por questões que envolvem a crise econômica e também a quebra de safra de 2016, que fez com que o custo da uva aumentasse, o que, por consequência, teve impacto no preço das bebidas. Além disso, Bertolini aponta que o vinho brasileiro passou a sofrer uma competição ainda maior do vinho estrangeiro. Segundo levantamento do Instituto, o valor médio do produto importado caiu 15% no primeiro semestre.
As exportações do vinho brasileiro, por outro lado, aumentaram 37% em volume e 24% em valor, considerando vinhos e espumantes combinados. Bertolini aponta que as vinícolas têm aprimorado a qualidade com investimentos nos últimos anos e o surgimento de empresas com produção em escala em regiões como os Campos de Cima da Serra e a Campanha Gaúcha, além do estado de São Paulo. Ele afirma que a qualidade do vinho brasileiro não deve em nada ao do produzido em outros países.
Uma das diferenças para concorrentes com o Chile e a Argentina, segundo Bertolini, é que esses países têm uma tradição de exportação há mais tempo e acordos bilaterais que facilitam o comércio exterior. O gerente de promoção do Ibravin destaca que um trabalho vem sendo desenvolvido com o governo federal junto a vinícolas para aumentar a entrada do vinho brasileiro em outros países. A exportação não chega hoje a 5% das vendas totais do vinho produzido no Brasil.
O principal comprador do vinho brasileiro no exterior é o Paraguai, seguido de Estados Unidos, Japão, China e Reino Unido. Bertolini informa que um dos destaques no mercado do Reino Unido tem sido o vinho da variedade Pinot Grigio; na China, se destacam espumantes de maior valor, os chamados premium; e, para os EUA, destaque para os vinhos produzidos de forma orgânica. De modo geral, o Merlot é um vinho produzido no Brasil que tem boa aceitação no exterior.
Confira a entrevista com o gerente de promoção do Ibravin, Diego Bertolini, no Gaúcha Repórter de sexta-feira (18):