Uma estrela amarela representava cada familiar que virou uma estrela no céu após o acidente com o voo JJ3054 da TAM. O sábado (15) foi de homenagens em um evento promovido pelos familiares e amigos das 199 vítimas do acidente no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, que completa 10 anos na segunda-feira (17).
Dez anos atrás, o Airbus A320, que havia decolado de Porto Alegre, se chocou contra um prédio da TAM, sem ter sucesso em pousar ou arremeter (levantar voo novamente). Todos os passageiros morreram em uma das maiores tragédias da aviação brasileira.
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Para marcar a data, dezenas de entes queridos tomaram a Praça Memorial 17 de Julho, no bairro Campo Belo, a partir das 10h.
No espelho d'água, as 199 estrelas amarelas traziam o nome de cada pessoa que perdeu a vida na tragédia. Pôsteres colados em um muro traziam os rostos das vítimas, lembrados com carinho.
Para celebrar a vida, ONGs promoveram apresentações de dança, poesia, caratê, capoeira e ioga. Em discursos, familiares pediram que o acidente não seja esquecido. Às 16h, uma missa foi celebrada na Igreja Nossa Senhora de Guadalupe.
O sentimento predominante na celebração era de "emoção, paz e harmonia", diz o presidente da Associação das Famílias e Amigos das Vítimas do Voo TAM JJ3054, Dario Scott, pai da estudante Thais, 14 anos.
– Foi uma homenagem bonita. A saudade permanece e a gente tem que aprender a conviver com a ausência de nossos entes queridos, mas superamos isso através da união em grupo – afirmou em entrevista ao jornal Zero Hora.
Ele lamenta que os três acusados pelo acidente tenham sido absolvidos pela Justiça, mas diz que "é uma conquista" a associação tê-los feito responder criminalmente.
Em junho, o Tribunal Federal Regional da 3ª Região absolveu Alberto Fajerman, vice-presidente de Operações da TAM à época, Marco Aurélio dos Santos de Miranda e Castro, então diretor de segurança de voo da TAM, e Denise Abreu, da Agência Nacional de Aviação Civil. Eles foram acusados de atentado contra a segurança de transporte aéreo.