Esclarecimento: entre 22h17min de 11/03/2017 e 20h28min de 12/03/2017, o texto informava que o surfista havia morrido. A informação foi corrigida no texto abaixo.
O surfista gaúcho Lucas Zuch, 27 anos, teve quadro irreversível constatado no sábado, no Rio de Janeiro, após cinco dias internado em razão de um afogamento. Na última terça-feira, o jovem surfava sozinho na praia da Barra da Tijuca quando sofreu o acidente.
Não há informações sobre as causas do afogamento. À tarde, uma moradora avistou uma prancha flutuando no mar e acionou o Corpo de Bombeiros. Zuch estava submerso e foi resgatado com vida. Encaminhado ao Hospital Lourenço Jorge, ficou internado no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) em coma induzido.
Desde então, familiares e amigos deram início a uma corrente de orações, difundida pelas redes sociais, pela recuperação do jovem – inclusive jogadores do Grêmio mandaram mensagens ao surfista. No fim da tarde de sábado, confirmou-se o quadro irreversível, e a família autorizou o procedimento de doação de órgãos.
Idealizadores do projeto Surfari, uma plataforma de produção audioviosual e editorial direcionada à cultura do surfe, Zuch e o sócio e amigo, Eduardo Linhares, viajaram de carro do Chuí (RS) ao Oiapoque (AP), no ano passado, pelo projeto Reconhecendo o Surf. Os jovens realizaram mais de 260 entrevistas – entre elas, com o campeão mundial Gabriel Medina – para produzir uma websérie sobre a história e o estilo de vida dos surfistas brasileiros.
No ano passado, ainda foi um dos condutores da Tocha Olímpica em Porto Alegre e teve a sua travessia marcada por um imprevisto – um homem tentou apagar a chama do objeto enquanto o surfista corria com a tocha em mãos.
Em setembro de 2015, Zuch foi um dos responsáveis pela intervenção urbana que colocou uma prancha sob a estátua do Monumento ao Laçador, na Capital. O objetivo era aproveitar a proximidade da Semana Farroupilha para mostrar que o surfe também faz parte da cultura gaúcha.
A ação desagradou o então prefeito José Fortunati, que disse que a atitude apresentava um "grande risco aos monumentos da Capital". Um mês depois, Fortunati devolveu a prancha que havia sido retirada do monumento aos jovens em uma cerimônia em frente à Usina do Gasômetro e disse que a polêmica teve um "final feliz".
O acontecimento levou luto ao surfe brasileiro e provocou repercussão nas redes sociais. Entre as mensagens de condolências, está a do campeão mundial na modalidade Adriano de Souza, o Mineirinho, que publicou uma mensagem em seu Facebook. O velório e o enterro devem ocorrer na segunda-feira, em Porto Alegre.
Ontem à noite, a família divulgou uma nota em que afirma que Lucas "permanece em coma e tem sua vida mantida por aparelhos", em um quadro irreversível devido a lesões cerebrais graves constatadas em exames. Com isso, Lucas será transferido hoje a Porto Alegre, para ter prosseguimento o processo de monitoramento para doação de órgãos.