Indicado para presidir a comissão especial que discutirá a reforma da Previdência Social apresentada pelo governo Temer, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) afirmou que está diante do momento mais importante de sua vida politica, devido a grande polêmica que envolve a questão no país. A entrevista foi concedida nesta sexta-feira à Rádio Gaúcha.
Ele disse ainda que a prioridade no momento é ouvir as contribuições externas, para que os deputados estabeleçam suas opiniões. Ao ser questionado se irá defender a proposta do governo federal, Marun afirmou que não defende “um atropelamento do processo, mas também não concorda com discussões intermináveis”.
- Os trabalhos começaram ontem e continuarão na próxima terça-feira, com a apresentação do plano de trabalho do relator (Arthur Maia, PPS-BA). Em seguida, ocorrerão as audiências públicas em que ouviremos cerca de 40 contribuições externas, além de um seminário internacional de especialistas estrangeiros para verificar como anda essa questão no mundo.
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Para o deputado, o ponto de maior divergência da reforma apresentada é a idade mínima para o benefício.
- Estamos dizendo aos brasileiros que ele terão que trabalhar mais, as pessoas não estão gostando disso. É uma questão polêmica e mal explicada, que será resolvida no aprimoramento que faremos durante os trabalhos da comissão. A idade vai ser discutida e, quando eu tiver uma convicção, vou procurar o governo.
Também em entrevista à Rádio Gaúcha nesta sexta, o deputado Ivan Valente (PSOL), que integra a oposição à proposta da reforma, afirmou que aposta na mobilização popular para barrar as alterações.
- Coletamos cerca de 1,2 mil assinaturas contra a reforma em duas horas. Nas ruas de São Paulo, hoje, tinha uma fila de pessoas querendo assinar. Parece que só agora que a população está tomando ciência de que as mulheres terão que trabalhar 10, 15 anos a mais. O trabalhador rural não se aposentará neste país, porque a expectativa de vida deles é menor.
A comissão especial que debate a reforma da Previdência na Câmara dos Deputados foi instalada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O grupo terá até 40 sessões para analisar o mérito da PEC que, em seguida, será encaminhada para votação no plenário da Câmara, em dois turnos. A pauta é considerada prioritária pelo governo federal e Maia espera que a tramitação da PEC na Câmara ocorra até o meio do ano, sem prejuízo dos debates e da transparência.