A escolha do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP), como local do velório do corpo de Marisa Letícia Lula da Silva, tem relação com a trajetória da ex-primeira-dama. Além de natural da cidade, onde nasceu em 1950, foi o local onde conheceu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 1973, onde o petista já era dirigente. Ambos eram viúvos à época e ela precisava de um carimbo do sindicato para receber uma pensão.
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Por ser área de grande concentração de montadoras de veículos, região tem uma tradição sindicalista. Em 1978, quando Lula presidia o então Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema – em 1993, com a ampliação da base, passou a englobar quase todo o ABC paulista –, os operários de várias fábricas realizaram uma greve histórica, em plena vigência do Ato Institucional Número 5 ( AI-5 ), uma das épocas mais duras do ditadura militar no país.
O movimento é considerado parte do processo de criação do Partido dos Trabalhadores (PT), em 1980. Foi Marisa quem confeccionou a primeira bandeira da sigla, costurando uma estrela branca em um tecido vermelho. Também estampava à mão e vendia camisetas do PT para arrecadar recursos e ajudou a organizar núcleos do partido. À época, a ex-primeira-dama liderou uma passeata de mulheres contra a prisão sindicalistas pelo governo militar, entre eles Lula, que comandou o sindicato de 1975 a 1981.
Antes da militância, Marisa foi babá durante a infância, operária em uma fábrica chocolates na adolescência e, depois, trabalhou como inspetora em uma escola.
A despedida
A cerimônia será neste sábado, das 9h às 15h, conforme foi informado na página oficial de Lula no Facebook. Marisa Letícia havia manifestado a familiares o desejo de ser cremada, o que será atendido. O ato fúnebre está prevista para ocorrer no cemitério Jardim da Colina, em São Bernardo do Campo (SP).