O velório da ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva teve início por volta das 9h deste sábado no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. Ela é velada no terceiro andar do edifício, no anfiteatro do sindicato.
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O caixão da ex-primeira-dama chegou a São Bernardo do Campo, no ABC paulista, por volta das 9h e foi colocado na frente de uma grande fotografia em preto e branco do casal.
Marisa Letícia Rocco faleceu nesta sexta-feira aos 66 anos no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, depois de ter sofrido um AVC em 24 de janeiro.
Desde o início da manhã, centenas de simpatizantes do ex-presidente formavam uma fila do lado de fora do sindicato, a maioria deles com camisetas vermelhas do Partido dos Trabalhadores (PT) e cartazes que diziam "Lula Presidente".
– Eu admirava muito a Marisa Letícia, uma mulher que sempre lutou ao lado de Lula. Tinha muita vontade de vir a esta última homenagem e acompanhar Lula – disse à AFP Jeisa Mota, cabeleireira de 27 anos.
Cabisbaixo e vestido de preto, o líder petista recebeu os pêsames de seus colegas de partido. Lula enfrenta cinco acusações ligadas ao escândalo de corrupção na Petrobras, algumas das quais envolviam sua esposa.
– Não é exagero dizer que mataram a dona Marisa, ela foi vítima de uma perseguição gigantesca e não aguentou – disse a jornalistas o senador do PT Lindbergh Farias.
Essa teoria da perseguição judicial para evitar que Lula se apresente como candidato presidencial em 2018 foi esboçada também pela ex-presidente Dilma Rousseff, que regressou antes do previsto de uma viagem à Europa para prestar condolências a Lula na sexta-feira no hospital.
Neste sábado, vários membros do PT defenderam esta ideia, como Gilberto Carvalho, ex-chefe de gabinete de Lula e ex-ministro de Dilma.
– Há um ano dona Marisa não tinha nenhuma alegria, vivia sob ameaças de prisão, de prisão dos filhos. Tenho convicção de que sua partida prematura está muito ligada a esse clima de ódio – disse Carvalho.
Na quinta-feira à noite, o presidente Michel Temer e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foram ao hospital para dar os pêsames a Lula.
Está previsto que o corpo da ex-primeira-dama seja cremado ao final do velório, às 17h, em uma cerimônia reservada para a família.