Seria possível transportar R$ 1 milhão em um envelope? A resposta é não. Segundo bancários consultados pela reportagem, isso só seria possível se a moeda fosse euro.
Após ser acusado de receber propina para campanhas do PMDB, o ex-assessor especial e amigo do presidente Michel Temer José Yunes confirmou ter intermediado o recebimento e entrega de um suposto "envelope" – ele também usou em outro momento a palavra "pacote" – a mando do ministro Eliseu Padilha. Há divergências sobre o valor, que poderia chegar a R$ 4 milhões.
Para carregar R$ 1 milhão em dinheiro vivo, seriam necessários dez envelopes ou um malote/mochila grandes. Provavelmente, como ocorre no sistema bancário, o volume teria que ser dividido em maços – as chamadas "cintas" – contendo cem notas de R$ 100.
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Com essa medida, que facilitaria a contagem e o transporte do dinheiro, o R$ 1 milhão se transformaria em cem maços, cada um com 1,2 cm de altura, 6,9 cm de largura e 15,5 cm de comprimento. Somados, os maços resultariam em um volume total de 12,8 litros. Em euro, seriam apenas seis "cintas".
Assessor especial da Presidência da República até o final do ano passado, Yunes resolveu falar sobre o assunto nesta semana após ter sido citado pelo engenheiro da Odebrecht Cláudio Melo, que, em delação premiada, afirmou que o advogado recebeu em seu escritório em São Paulo propina destinada a campanhas peemedebistas.