Após o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmar que o Banrisul estará na mesa de negociação do socorro financeiro ao Rio Grande do Sul, o secretário-geral de Governo, Carlos Búrigo, voltou a assegurar, nesta sexta-feira, que o Piratini descarta essa possibilidade.
Conforme Búrigo, o governador José Ivo Sartori entende que o banco tem um papel importante para o Estado e não cogita a hipótese de privatização ou federalização.
– Além de ser competitivo e de dar lucro, o Banrisul tem a tradição de atender servidores públicos e está presente em todas cidades, inclusive nas menores, onde não existem outros bancos. É um fomentador do desenvolvimento do Estado e tem grande importância para o agronegócio – diz Búrigo.
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O secretário da Fazenda, Giovani Feltes, já havia classificado como "zero" a chance de negociar o banco. Segundo ele, a instituição bancária sequer havia sido mencionada nas reuniões com a equipe econômica.
Apesar disso, na tarde de quinta-feira, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou que os benefícios concedidos ao Estado serão proporcionais aos ativos ofertados – isto é, às estatais colocadas à disposição da União para chancelar a ajuda financeira. O próprio Meirelles confirmou o interesse no banco.
Ainda assim, Búrigo disse que o Piratini não cederá a eventuais pressões.
– O que temos de ver é que, quando se senta a uma mesa de negociação, é evidente que as duas partes vão colocar na mesa o que acham que pode ser negociado. Mas nós descartamos a possibilidade de aceitar a negociação do Banrisul, e entendemos que essa posição não será um impedimento para chegarmos a um bom acordo para o Estado – destacou.
Sartori espera que o plano de recuperação financeira inclua, no mínimo, a suspensão do pagamento da dívida com a União por três anos. Isso representaria fôlego de R$ 7,5 bilhões até o fim de 2019. Ainda assim, não resolve os problemas do Estado, já que a previsão de rombo até o fim de 2018 é de R$ 8,8 bilhões e os pagamentos suspensos terão de ser pagos mais adiante.