O consumidor deve sentir já nas próximas semanas o peso no bolso do novo aumento no preço do óleo diesel nas refinarias. O reajuste de 6,1%, anunciado pela Petrobras na quinta-feira, pode representar uma alta de até R$ 0,12 por litro, em média, nos postos.
Além do impacto direto para os motoristas, o combustível mais caro deve ter reflexos também no valor do frete e dos alimentos.Segundo dados da Confederação Nacional do Transporte (CNT), atualmente cerca de 60% das cargas são transportadas por caminhões no Brasil. O avanço estimado no custo do frete deve ser de pelo menos 2% com o novo aumento do combustível.
– O efeito cascata no valor dos produtos transportados é inevitável. É uma pressão extra sobre a inflação nesse início de ano, que já contabiliza o avanço no custo das passagens de ônibus em várias capitais – afirma André Braz, professor da Fundação Getulio Vargas (FGV).
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O economista ressalta que, diferente do aumento na gasolina, que tem reflexo imediato no custo de vida e pode ter o impacto mensurado no índice oficial de inflação, no caso do diesel a relação não é tão direta. Nesse caso, não é possível falar em um percentual fechado de avanço no custo do produto final porque depende do repasse dos intermediários na cadeia.
É o segundo reajuste feito no preço do diesel em menos de dois meses. Em dezembro, a petrolífera já havia reajustado o preço do diesel em 9,5% e a gasolina em 8,1%. A justificativa era a continuada elevação dos preços do petróleo nos mercados internacionais.
Desde outubro, a estatal adota uma nova política de definição de preços. Desde então, um comitê se reúne pelo menos uma vez a cada 30 dias para decidir o valor dos combustíveis nas refinarias. O preço médio da gasolina no país encerrou 2016 em R$ 3,755 por litro, segundo dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
O valor ficou 3,3% acima do registrado na semana que encerrou no dia 1º de janeiro de 2016 e abaixo da inflação esperada para 2016.O diesel fechou o ano com preço médio por litro de R$ 3,051, o maior valor registrado em 2016, acumulando alta de 2,18% no ano, segundo a ANP.