A Superintendência dos Serviços Penitenciários do Rio Grande do Sul (Susepe) divulgou nota com um panorama sobre a situação dos presídios gaúchos na tarde desta quarta-feira (21) após a paralisação de servidores. No momento, quatro casas prisionais estão em monitoramento após manifestação de presos ou alteração em visitas de familiares.
Em Bagé, na Região da Campanha, a direção do Presídio Regional está negociando com apenados após presos atearem fogo nas galerias e tentarem fugir pelo telhado. Um efetivo da Brigada Militar segue no local monitorando a situação.
Já no Presídio Regional de Pelotas, houve confronto entre detentos e a guarda da penitenciária. Quatro presos e dois servidores ficaram feridos na ação. A Brigada Militar auxilia a Susepe no local.
Em relação às visitas, servidores fazem um piquete no Presídio Estadual de Santa Maria e bloqueiam o acesso de familiares. Na Penitenciária Modulada de Ijuí, está liberada apenas uma visita por preso.
Entre a noite de terça (20) e a madrugada desta quarta (21), foram registrados princípios de rebelião nas penitenciárias de São Borja e Uruguaiana, mas a situação já foi controlada. Pela manhã, houve registros de manifestações em ao menos seis presídios gaúchos. Quatro detentos morreram por inalação de fumaça após um preso colocar fogo em colchão no Presídio de Getúlio Vargas. No entanto, as primeiras investigações apontam que as mortes não possuem relação com a paralisação dos servidores da Susepe.
Na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas, presos de duas galerias atiraram pedras contra agentes penitenciários no pátio. Houve confronto com disparo de balas de antimotim. Quatro presos ficaram feridos, e recebem atendimento médico. Segundo a Susepe, a situação já está controlada no Complexo Prisional de Charqueadas.
Início das rebeliões
As rebeliões nos presídios estão sendo motivadas pela irritação dos presos com a paralisação dos servidores da Susepe, decretada na segunda-feira (19), durante a votação do pacote contra crise na Assembleia Legislativa. A greve faz com que haja suspensão e atraso da visita de familiares a detentos.
A Justiça já determinou efetivo mínimo de 30% dos agentes e retomada das visitas nas casas prisionais do Rio Grande do Sul. Ao Gaúcha Repórter, o presidente do Sindicato dos Servidores Penitenciários do Rio Grande do Sul (Amapergs-Sindicato), Flávio Berneira, reclamou da falta de efetivo da categoria e afirmou que os servidores estão avaliando a viabilidade de retomar as visitas aos presos devido à falta de segurança aos agentes após o início da greve.