O Departamento Estadual de Investigações Criminais da Polícia Civil (DEIC) trabalha com cinco suspeitos de realizarem a explosão de duas agências bancárias e fazerem reféns neste sábado (24), em São Sepé. Conforme o delegado Joel Wagner, um dos criminosos já foi identificado e tem antecedentes criminais por outros roubos a bancos com explosivos. Ele está foragido desde 2012 e é considerado um dos líderes da quadrilha.
"Este indivíduo lidera esta organização criminosa, conhece muito bem a região, as estradas vicinais, o que permite sair com facilidade do local. A medida dos fatos, vamos pedir a prisão preventiva dele", afirma o delegado.
A investigação analisa imagens de câmeras de segurança e ouve depoimentos de testemunhas. As informações serão comparadas com outras investigações em andamento, já que também há a hipótese de que a quadrilha tenha relação com outros roubos a agências que ocorreram desde 2015, como em Santana da Boa Vista, Cerro Grande do Sul e Barros Cassal.
"É um tipo de quadrilha que pratica o delito e espera um tempo para não chamar tanta atenção", explica o delegado.
A ação desta madrugada, em São Sepé, resultou na explosão das agências do Banco do Brasil e do Sicredi, que ficam no centro da cidade. A quantia levada ainda é desconhecida. Os bandidos fizeram um cordão humano com cerca de 20 pessoas. Eles realizaram diversos disparos de arma de fogo e estavam portando fuzis.
"Foi uma ação bastante violenta, bem característica deste grupos que praticam esta modalidade de roubos, que eu até classifico como novo cangaço. A exemplo dos antigos cangaceiros, eles acabam dominando a cidade, rendendo policiais, fazendo reféns, atirando (...). E ainda pela audácia de atacar dois bancos e fazer um cordão humano", sustenta Joel Wagner.
Um policial militar foi baleado em uma das pernas, um funcionário de um trailer de lanches levou um tiro no braço e outros dois reféns foram atingidos por estilhaços. Um policial civil, que é irmão do brigadiano que sofreu um disparo nas pernas, foi atingido no braço por estilhaços de um tiro que pegou em um poste. O outro ferido foi atendido e liberado.
Os criminosos ainda fugiram levando dois reféns em uma Captiva. Eles foram liberados em um posto de combustíveis em Caçapava do Sul, sem ferimentos. A polícia chegou a fazer buscas na região, mas não localizou os assaltantes.