As férias estão aí, e essa pode ser a oportunidade para colocar em dia aquelas leituras que, ao longo do ano, acabaram ficando de lado. O Almanaque selecionou alguns lançamentos recentes de autores gaúchos que valem a pena ser conferidos.
Leia abaixo, e lembre-se de que estas são apenas dicas – nada substitui o prazer de entrar numa livraria, folhear as obras, ler contracapas, orelhas e primeiros parágrafos e fazer sua própria escolha. Antes de passar às indicações dos livros, uma última sugestão: mesmo que tenha seus autores preferidos, permita-se, de vez em quando, conhecer novos nomes, daqui ou de fora. Você vai ver que vale a pena!
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Idioma de um Só, de Ricardo Koch Kroeff (Não Editora, 144págs., R$ 39,90): em seu livro de estreia, o autor _ que é mestre em Escrita Criativa e artista plástico – apresenta seis contos que fogem do convencional, transitando de uma tenista tchecoslovaca que enfrenta uma partida decisiva em plena época da Cortina de Ferro até Bob Dylan sonhando ser Van Gogh (detalhe: muitos dos diálogos, em especial nesse conto, são em inglês). De "brinde", Kroeff apresenta ainda dois contos de autoras convidadas. Vale destacar ainda o tratamento gráfico impecável e a edição em capa dura.
Qorpo-Santo Diabos e Fúrias, de Luís Dill (Artes e Ofícios, 136págs., R$ 31): com meia centena de livros publicados, a maioria para o público juvenil, Dill revisita uma histórica figura da intelectualidade gaúcha, José Joaquim de Campos Leão, o Qorpo-Santo, dramaturgo cuja ousadia fez com que fosse julgado louco por muitos. A história é trazida para os dias atuais por meio de um grupo de estudantes que quer reencenar uma das peças de Qorpo-Santo.
La Mamma, de Dalcy Angelo Fontanive (AGE, 191págs., R$ 30): os costumes das famílias de imigrantes italianos da Serra gaúcha permeiam as páginas do livro, que, apesar de ser o terceiro volume de uma trilogia sobre o tema, pode ser lido isoladamente. No romance, os leitores vão encontrar uma típica "mamma", dona Rosa Dal Bosco, sensível mas forte e destemida. Para dar um gostinho da história, já no primeiro capítulo a matriarca interrompe um sermão para discordar do padre sobre a recomendação de a mulher ser submissa ao marido.
O Covil do Diabo, de Júlio Ricardo da Rosa (Dublinense, 288págs., R$ 39,90): imagine um confronto entre cangaceiros e gaúchos. Pois é isso que acontece no novo romance desse escritor porto-alegrense, em que um poderoso coronel resolve recrutar homens do Sul para combater bandidos que atacaram sua casa, numa trama recheada de lutas e de regionalidade. Vale destacar o uso de vários narradores (alguns em terceira, outros em primeira pessoa), e a forte presença da oralidade, especialmente quando o narrador é um dos participantes da história.
As Primeiras Sombras, de Dalva Vieira (Terceiro Selo, 144págs., R$ 35,90): vinganças, espelhos misteriosos, um quadro cujos personagens parecem vivos, uma capelinha à beira da estrada, uma festa de casamento, um simples menino... São elementos como esses, alguns clássicos e outros de enganadora singeleza, que servem de ingredientes para a escritora construir tramas sombrias, repletas de mistério, suspense e até mesmo pitadas de sobrenatural. Uma obra de estreia que leva ao leitor 20 contos de leitura saborosa.
Os Doze Guardiões da Luz – Através da Neblina, de Luiz Henrique Batista (Coerência, 722págs., R$ 45): os fãs de fantasia já podem conferir o segundo livro da saga Os Doze Guardiões da Luz. No mundo criado pelo jovem escritor radicado em Caxias do Sul, heróis imortais encarnam os signos do zodíaco. A nova aventura mostra como o retorno de Leão ao trono do oeste ameaça dar início a uma batalha, e o leitor irá acompanhar os Guardiões em sua jornada por reinos desconhecidos, enfrentando novos inimigos.