Trabalhadores da empresa Guerra SA protestam, mais uma vez, pelo pagamento das verbas rescisórias para os funcionários demitidos. Desde o início da manhã, cerca dezenas de pessoas que foram desligadas bloqueiam a entrada da fábrica, impedindo o acesso dos demais colaboradores. Até por volta de 10h desta segunda-feira, não havia expediente no prédio.
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A mobilização desta segunda-feira iniciou pouco antes de 7h e deve ocorrer durante todo o dia, projeta o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos, Assis Melo.
– Aguardamos resposta não só da empresa, mas da Justiça. Estamos esperando uma resposta para ainda hoje (segunda-feira) – explica.
No último dia 18, a empresa, que está em processo de recuperação judicial desde julho de 2015, demitiu 180 funcionários. A partir de então, diversas assembleias foram realizadas junto ao portão da fábrica, que fica na BR-116.
Por meio de nota, a Guerra ressalta que "há mais de um mês, a Guerra Implementos Rodoviários negocia com o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos o parcelamento das verbas rescisórias dos empregados dispensados. Em nenhum momento, o sindicato mostrou-se contrário ao parcelamento, mas discutia em relação a garantias e número de parcelas. Essa situação se estendeu nas reuniões de mediação junto à Justiça do Trabalho de Caxias do Sul durante a última semana. Na quinta-feira, 24/11, o sindicato, através de seu presidente, retrocedeu à proposta e disse que aceitaria somente o pagamento à vista. Contudo, já era de conhecimento geral de que a Guerra não teria condições de arcar com o pagamento dessa forma, sob pena de comprometimento de suas finanças".
A empresa destaca ainda que "a Guerra e os empregados dispensados permanecem no aguardo de uma manifestação do sindicato. Desde o início da negociação, todos sabiam que havia necessidade do parcelamento. Os protestos dos empregados demitidos e sindicato que ocorrem em frente à empresa contrariam ordem judicial expedida na sexta-feira, 25/11, que determina que seja permitido acesso de pessoas e veículos nas dependências da Guerra para que mantenham suas atividades sob pena de prejudicar ainda mais a situação financeira da empresa. Os integrantes do protesto estão formando barreira humana para impedir o acesso dos trabalhadores, gerando prejuízos para todos."
A Guerra SA é considerada uma das maiores fabricantes de implementos rodoviários da América Latina. A empresa era familiar, mas foi vendida em junho de 2008 para o fundo internacional Axxon Group. Uma dívida de R$ 212 milhões envolvendo financiamentos com bancos e débitos com fornecedores motivou a Guerra a solicitar recuperação judicial no ano passado.